tag:blogger.com,1999:blog-77282662274586749212024-03-13T01:38:27.052+00:00AMOR PELOS LIVROSGil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.comBlogger97125tag:blogger.com,1999:blog-7728266227458674921.post-57273224217311348392021-05-24T20:50:00.006+01:002021-05-24T21:12:16.596+01:00<p> </p><h2><span style="color: black;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJsU8ma4P7k4wEh-UYYKMVAcaCcDaEDNf4_zimkcRG4gude07h0OPw_I-qePltnXfVi87Cr0URrIr1-3sW46KDuhuvhMZebFKm4Paj96buWM1fjoC0r3QI96jA9NfhFAPDfdFYAXiZvZo/s510/LENDAS+TRADICIONAIS.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="510" data-original-width="337" height="309" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJsU8ma4P7k4wEh-UYYKMVAcaCcDaEDNf4_zimkcRG4gude07h0OPw_I-qePltnXfVi87Cr0URrIr1-3sW46KDuhuvhMZebFKm4Paj96buWM1fjoC0r3QI96jA9NfhFAPDfdFYAXiZvZo/w204-h309/LENDAS+TRADICIONAIS.jpg" width="204" /></a></div></span></h2><h2 style="text-align: left;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">LENDAS TRADICIONAIS PORTUGUESAS</span></span><span style="color: black;"> </span></h2>
<p class="MsoNormal"><b><span lang="PT" style="color: black;"><a href="https://www.guerraepaz.pt/inicio/706-lendas-tradicionais-portuguesas.html" target="_blank">Ed.
Guerra & Paz</a></span></b><span lang="PT" style="color: black; font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span lang="PT" style="color: black; font-size: 13.5pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">E
se disséssemos ao nosso leitor que neste momento nos visita que Camões, o nosso
grande poeta, considerado uma das maiores figuras da <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_lus%C3%B3fona" title="Literatura lusófona"><span style="color: black;">literatura lusófona</span></a> e um dos grandes
poetas da tradição ocidental, escreveu grande parte dos Lusíadas e de outros
poemas da sua vasta obra numa gruta situada num país do Oriente. Exactamente.
Nada mais verdadeiro. Mas o que faria ele nessa gruta? Sabemos que ele
sobreviveu no naufrágio de um navio em pleno oceano pois temos sempre presente
a sua imagem no meio de ondas erguendo bem ao alto um grande maço de papéis que
seriam precisamente o famoso Livro dos Lusíadas ou parte dele. O certo é que
nessa gruta da antiga província de Macau existe hoje um busto em bronze de Luís
Vaz de Camões e a gruta se chama Gruta de Camões. E também se sabe que no navio
de regresso a Portugal terá embarcado uma nativa de grande beleza chamada
Tin-Nam-Men e que entre os dois terá havido um grande romance, tendo a jovem
desaparecido no citado naufrágio. Não será por acaso que neo seu nome
transformado em DinaMene aparece por exemplo num soneto: “Ah! Minha Dinamene!
Assim deixaste - quem não deixará nunca de querer-te! - Ah! Ninfa minha, já não
posso ver-te,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>- tão asinha esta vida
desprezas-te!”. Aliás, segundo narra a tradição, são conhecidos os muitos
amores em que se envolveu com damas da nobreza e mesmo de plebeias, tendo-se
autoexilado em África devido a um amor frustrado. É precisamente esta história
da Gruta de Camões e da nativa de Patane em Macau que faz parte de um grupo de
“estórias” do nosso património popular reveladas agora no livro Lendas
Tradicionais Portuguesas. De Norte a Sul do país, de Arcos de Valdevez a Loulé
ou nas ilhas, como Ponta Delgada e Machico, que podemos fazer reviver tal como
eram contadas durante séculos pelos nossos antepassados. Factos e fantasias
como os Amores de Pedro e Inês ou as Obras de Santa Engrácia, a princesa de
Peneda e a sua velha aia imortalizadas na pedra gigantesca que hoje chamamos de
Cabeça da Velha, são alguns exemplos que podemos descobrir nas páginas desse
curioso livro que reúne o melhor das nossas lendas tradicionais e que hoje
recomendamos. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-size: 18px;">Para ler um pequeno excerto desta obra clique "<a href="https://excertos-aplg.blogspot.com/2021/05/lendas-tradicionais-portuguesas-ed.html">aqui</a>"</span></p>Gil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7728266227458674921.post-22734596667143170152021-04-10T20:50:00.002+01:002021-04-10T20:57:24.831+01:00<h1 style="text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6jCm0-AiPD3Cb9PebBOSLQZmtaam6xREHYtPgKP6jwtrG96Rd80KZ4sEzavpQ35bFpWmeeVYeVrz8_jS0yMTygqpZYw_iKKKkVGLMWh6H82MbbBoLurxB9ajs-Ws_uG-QOivAisDWkVA/s1628/LIVRO+BILL.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1628" data-original-width="1156" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6jCm0-AiPD3Cb9PebBOSLQZmtaam6xREHYtPgKP6jwtrG96Rd80KZ4sEzavpQ35bFpWmeeVYeVrz8_jS0yMTygqpZYw_iKKKkVGLMWh6H82MbbBoLurxB9ajs-Ws_uG-QOivAisDWkVA/w200-h320/LIVRO+BILL.jpg" width="200" /></a></h1><br /><b><span style="font-size: large;">COMO EVITAR<br />UM DESASTRE CLIMÁTICO<br /><br /></span></b><div><b><span style="font-size: large;">Bill Gates</span></b><br /><br /><i><span style="color: #2b00fe; font-size: medium;"><a href="https://www.portoeditora.pt/autor/bill-gates/6815" target="_blank">Ed. Porto Editora</a></span></i><br /><br /><div style="text-align: justify;"><b>Quando entrevistei este homem em 1998 ele já era uma celebridade no mundo da Informática e por isso mesmo o então presidente da Microsoft fora convidado a visitar Lisboa no âmbito de um acordo com o Governo para a produção de mais ferramentas informáticas em língua portuguesa e da entrega de prémios aos jovens durante a Expo 98. E foi no final da sua conferência no Pavilhão do Conhecimento que Bill Gates respondeu às duas perguntas de cada um dos jornalistas que tinham aceitado as suas condições. Tínhamos de nos sujeitar a uma inscrição prévia revelando o teor das perguntas, não sendo permitido levar conosco dispositivo para gravação da conversa. A comunicação social não gostou muito destas exigências e foram poucos os jornalistas que apareceram. Mas eu arrisquei. Fiz a entrevista que depois resumi num apontamento incluído num programa da RDP e num artigo publicado mais tarde na revista Tempo Livre. Tanto quanto me recordo falou sobre a importância das tecnologias da informação e do papel da Microsoft ao promovê-las de modo a alcançarmos um futuro melhor, destacando eventualmente algumas novidades que poderiam aparecer em futuros sistemas operativos. Mas nada foi mencionado acerca do meio ambiente e das suas preocupações a esse nível pois eu teria entrado numa área que faz igualmente parte da minha actividade de jornalista além da Informática. Mas foram muitas as vezes que dele falei ou citei como presidente da Microsoft. Entretanto começaram a aparecer as notícias - e foram muitas – sobre aquilo a que passara a dedicar-se ao deixar a grande empresa que criara tornando-se muito visível o que era feito pela Fundação Bill & Melinda Gates, sobretudo ajudando os países mais pobres ou em vias de desenvolvimento. Compreende-se portanto o meu interesse quando ele entra agora no segundo sector da minha carreira profissional. E não podia deixar de trazer aqui ao meu site este seu livro em que nos fala de Como Evitar um Desastre Climático. Nesta última década Bill Gates dedicou grande parte do seu tempo a estudar as causas e efeitos das alterações climáticas, tendo contactado com muitos cientistas e peritos no domínio da física, química, biologia, engenharia e ciência política e finanças. E foi então que concluiu existirem uma série de acções que têm de ser feitas de modo a evitar o tal desastre climático. Neste seu livro encontramos grande parte dos seus estudos alertando para a necessidade de alterar muitas das atitudes que temos tomado em relação ao meio ambiente e à forma como vivemos de modo a alcançar a chamada neutralidade carbónica em todas as actividades da vida moderna. Bill Gates indica-nos as áreas onde as novas tecnologias nos estão a ajudar e as novas soluções para as tornamos mais eficientes. Aliás, logo no início da sua obra ele diz-nos que “existem dois números que precisa(mos) de conhecer acerca das alterações climáticas. O primeiro é 51 mil milhões. O outro é zero. Cinquenta e um mil milhões de toneladas é o total de gazes com efeito de estufa que lançamos actualmente na atmosfera. E embora possa subir ou descer um pouco, este número não tem parado de crescer. É aqui que estamos se nada for feito. Zero é o valor que temos de atingir. Ora é isso mesmo que nas quase 300 páginas do seu livro Bill Gates nos ajuda a alcançar.</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>Para ler um excerto deste livro clique “<i><a href="https://excertos-aplg.blogspot.com/2021/04/comoevitar-desastre-climatico-bill.html"><span style="color: #3d85c6;">aqui</span></a></i>”</b></div></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div>Gil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7728266227458674921.post-33160654561932401052021-03-12T20:22:00.007+00:002021-03-13T21:02:03.184+00:00<div class="separator"><p style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: left;"><b><span style="font-size: large;"></span></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><span style="font-size: large;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilqF7PS_SG7uj7b6IM1LOs_hJwjshBsW3FYyiRDnjE7ggb2m3YDOImC6-ZLd68g6sgy5wywOHB3O3WdlIUTvDgqMTT1PgpGMEoSFvt8WGUvZTM-utotCgwJJkBB_0n7NekwxHBZ12u3wE/s2048/DIARIO+DE+UM+CORPO+SEM+MEMORIA+capa.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1300" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilqF7PS_SG7uj7b6IM1LOs_hJwjshBsW3FYyiRDnjE7ggb2m3YDOImC6-ZLd68g6sgy5wywOHB3O3WdlIUTvDgqMTT1PgpGMEoSFvt8WGUvZTM-utotCgwJJkBB_0n7NekwxHBZ12u3wE/s320/DIARIO+DE+UM+CORPO+SEM+MEMORIA+capa.jpg" /></a></span></b></div><b><span style="font-size: large;"><br />DIÁRIO DE</span></b></div><div class="separator"><b><span style="font-size: large;"> </span></b></div><div class="separator"><b><span style="font-size: large;">UM CORPO</span></b><p></p><p></p></div><div class="separator"><b><span style="font-size: large;">SEM MEMÓRIA</span></b></div><div class="separator"><b><span style="font-size: large;"><br /></span></b></div><div class="separator"><b><span style="font-size: large;">Fernando Correia</span></b></div><div class="separator"><b><span style="font-size: large;"><br /></span></b></div><div class="separator"><a href="http:guerraepaz.pt"><b><i><span style="color: #2b00fe;">Ed. G</span></i></b><b><i><span style="color: #2b00fe;">uerra e Paz</span></i></b></a></div><div class="separator"><br /></div><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span lang="PT"><b>Este
“Diário de um corpo sem memória”é para além de uma obra de extraordinário valor
literário como aliás era de esperar de um jornalista escritor com muitas provas
dadas a descrição daquilo que poderia existir na memória de Vera, sua mulher,
se não fosse vítima do Alzheimer. Mas será mesmo assim? O que se passará
naquele cérebro doente e que a levará para um mundo desconhecido? Então, para
que seja possível conhecer essa indelével probabilidade, Fernando Correia, como
se Vera o pudesse ouvir, assumiu mesmo no início deste seu livro, dirigindo-se
a ela: “<i>Sou, então, a memória do teu
corpo. A memória que não tens mas que construíste a meu lado, ao longo de todos
os anos de vida em comum.”</i> E um constante e estranho diálogo entre Fernando
e o corpo, apenas o corpo, de Vera vai decorrendo naquele quarto onde a cor
branca enche as quatro paredes estendendo-se à mobília simples e singular, uma
mesa-cómoda e uma cadeira onde ele está sentado aos pés da cama de lençóis
também brancos onde ela está deitada de olhos fixos num além de coisa nenhuma.
E nas visitas diárias que mantém desde há muitos anos, vai contando e transpõe
para as páginas deste seu livro toda a história do grande amor que o ligou a
Vera desde o primeiro dia em que a conheceu ao fazer a entrevista no aeroporto
a uma famosa cantora acompanhada pela sua sobrinha, “<i>uma jovem de 18 anos e bonita a valer</i>”, que viria a ser a mulher da
sua vida, agora doente de Alzheimer. E revivem-se então todos os momentos
daquela vida a dois e mais tarde com as três filhas, momentos felizes e um ou
outro percalço que sempre acontece, tudo ao longo das páginas do seu livro que
Fernando vai contando a Vera. Contando mesmo, pois uma das coisas que muitas
pessoas ignoram é que se deve falar com os doentes naquelas condições e não se
pode afirmar que eles não ouvem. O que se passará realmente naqueles cérebros
que de repente fazem soltar uma ou outra palavra, desajeitada em relação ao
momento, ou um pequeno e momentâneo sorriso? Que alegria para Fernando quando
um dia uma enfermeira do Lar lhe disse que a Vera por vezes rejeitava a sonda
através da qual é alimentada e comia um bolo desfeito. “<i>Vamos ver se ela come</i>” E não é que comeu mesmo? E Fernando
assistiu. A vida é feita de pequenos nadas. E um nada de um doente de Alzheimer
pode ser o muito para os familiares. É esta assistência que Fernando deseja
incentivar nos familiares e por isso escreve o seu livro. Ele está com Vera no
limitado presente que é possível e rememora todo um passado para que ela
eventualmente o oiça. Foram as viagens que fizeram, os bares e restaurantes que
tiveram, as férias que passaram, os encontros com amigos, alguns que conhecemos
como Carlos do Carmo, ou então conta-lhe novidades sobre as filhas e também
sobre os netos que muitas vezes perguntam pela Avó. Entretanto Fernando é
convidado pela madre superiora da Casa de Saúde a fazer uma estação de rádio
onde teriam lugar os próprios doentes com capacidades cognitivas suficientes
para a manter contribuindo mesmo para ajudar outros doentes. Para um grande
jornalista desportivo, voz presente em muitas das nossas estações de rádio e na
televisão ele refere como contou a Vera o seu entusiasmo. Infelizmente também
lhe viria a contar que um vírus que tinha vindo da China chegara a Portugal e
estava a preocupar as pessoas e o governo, até que chegou mesmo o dia em que
foi decretado o confinamento e proibidas visitas aos lares, o que iria impedir
que ele a visitasse. E a partir dessa data passou mesmo a contar-lhe o número
de mortos e de novos casos que iam acontecendo até ao dia do fecho deste
diário. Mas Fernando Correia consegue muito mais neste seu livro que é dividido
em 28 capítulos preenchendo duas partes que intitulou de História e Distância,
a primeira dedicada especificamente à história dele com a Vera e a segunda que
é caracterizada pela distância que os separa quando da impossibilidade de a
visitar devido às medidas que ocorrem com a chegada da pandemia. Cada capítulo
tem o seu título e também um poema, alguns versos ou uma simples frase, alusivos
ao conteúdo, de um poeta de língua portuguesa ou uma figura mundial. E assim vão
desfilando nomes como António Gedeão, Florbela Espanca, Álvaro de Campos, Natália
Correia, José Saramago ou mesmo Martin Luther King, Mahatma Gandhi, Gabriel
Garcia Marquez e até Luís de Camões. Extraordinário trabalho de Fernando
Correia que demonstra também nesta sua obra, sobretudo na segunda parte, algo
que já sabíamos. Trata-se da sua capacidade para analisar alguns dos problemas
com que a humanidade se defronta. Ele interroga-se sobre o que é o universo e
chega a declarar-se uma espécie de um “todo” como se o ser humano fosse formado
por um corpo vivo que incluísse em si mesmo a própria morte e esta não fosse
tão simples como algo inexplicável que se escondesse apenas num além
desconhecido. E faz um apelo para que todos vivam a natureza porque na verdade
todos são exactamente parte dela. A doença de Vera, o que lhe aconteceu quando
de repente devido a uma súbita trombose ocular perdeu a visão do olho direito,
um estranho vírus que provoca milhares de mortos em todo o mundo, a fome que
atormenta muitas populações, tudo isso e muito mais é analisado por Fernando
Correia com uma enorme lucidez e não deixa de pedir para que saibamos olhar à
nossa volta e ver os que precisam, os que sofrem, os que choram, os que estão
doentes, os que não usufruem até daquele pedaço muito pequenino de esperança
que alguns de nós possuem. Chegou a hora de olhar para os nossos doentes ou
simplesmente idosos não lhes negando aquela palavra de conforto que os ajuda a
suportar os seus males e quem sabe a curar muitos deles. Grande livro sem
dúvida este que Fernando Correia acaba de nos trazer. E quantas verdades sobre
o que fazemos e não devíamos fazer mas também do que devemos fazer para o
futuro que nos espera sempre ao dobrar da esquina da vida de cada um de nós. E
como no final da minha referência ao teu primeiro livro sobre o drama da tua
Vera, volto a dizer Obrigado Fernando. Que venham mais livros. O teu público
agradece. </b></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><b><span lang="PT"> </span>Para
ler um excerto desta obra clique<a href="https://excertos-aplg.blogspot.com/2021/03/de-um-corpo-sem-memoria-correia-vida-e.html"> <i><span style="color: #2b00fe;">aqui</span></i></a></b></p><div class="separator"><br /></div>Gil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7728266227458674921.post-66150489102296415812019-04-08T20:41:00.001+01:002021-03-13T21:17:14.801+00:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibOPhjDNN0e-7WVcr51LkaYJ5aCtx-08mmgeXSOBZL3K6tsdw4OODR737rTtb8oiT6l5pVaNZnYkh7gN3LSvInbaoFPcnCe6OQzLEU-SyGMSbASkGX2kIOIPGNVJt4OYd2VNausN1bTCc/s1600/RITUAIS+COM+CRISTAIS.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1436" data-original-width="990" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibOPhjDNN0e-7WVcr51LkaYJ5aCtx-08mmgeXSOBZL3K6tsdw4OODR737rTtb8oiT6l5pVaNZnYkh7gN3LSvInbaoFPcnCe6OQzLEU-SyGMSbASkGX2kIOIPGNVJt4OYd2VNausN1bTCc/s320/RITUAIS+COM+CRISTAIS.jpg" width="220" /></a></div>
<b><span style="font-size: large;">RITUAIS COM CRISTAIS</span></b><br />
<br />
Naha Armandy<br />
<br />
<i><a href="http://www.albatroz.pt/">Ed. Albatroz</a></i><br />
<i><br /></i>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT">É possível que exista uma razão especial para
me interessar por esta obra para além dos chamados rituais. Ao longo dos anos os
cristais sempre me encantaram, não só as pequenas pedras coloridas que fui
coleccionando e preenchem várias prateleiras de um móvel onde está também a
minha colecção de fósseis e de conchas conseguidas em mergulhos que fiz em
diversos locais do mundo. Mas ainda há outra razão bem forte. Fiz fotografias
de micro-cristais com auxílio de um microscópio que tiveram tanto êxito pela
originalidade e beleza que foram aceites pela Fundação Gulbenkian para uma
grande exposição de meia centena de grandes ampliações chamada <i><a href="http://servir.uevora.pt/SearchResultDetail.aspx?MFN=127146&DDB=BD1#.XKzykdQrJxA">Fantasquímica</a></i>. Foi aliás repetida em
vários centros de exposição onde os quadros eram vendidos, tendo eu sido
considerado a quarta pessoa no mundo a descobrir o segredo para conseguir
aquele tipo de fotografias, segredo que os outros autores não queriam revelar
nos artigos que escreviam. Deram também origem a um artigo de 6 páginas que fiz
para a revista National Geographic de que sou membro. Explicado o meu natural
encanto pelos cristais, sem esquecer que uso há muito tempo uma pequena ágata
azul ao pescoço (a minha pedra segundo a data do nascimento) e uma ametista que
me acompanha sempre no bolso. No entanto, nunca me preocupei em saber que
influência poderiam ter sobre mim e a minha vida, além do encanto que me dava a
sua beleza. Ora um praticante de Yoga como eu que aprendi a fazer meditação com
um bom professor fiquei igualmente encantado em conhecer este livro de Rituais
sobre Cristais onde a autora nos explica como utilizá-los durante a meditação. O
que seria então que os cristais conseguiam para além do encanto de os
contemplar? Ora é isso que a autora do livro Naha Armady nos vai explicar nos
diversos capítulos do seu “Rituais com Cristais”. Não é por acaso que ela tem o
certificado de cristaliterapeuta, tendo estudado com vários professores e
formadores na teoria dos cristais. Em determinado momento da sua vida resolveu
libertar-se de um determinado emprego e decidiu olhar mais de perto os seus
cristais que habitualmente comprava para a loja onde eram vendidos e de repente
decidiu também libertar os que tinha na prateleira especial de um seu armário.
Perante esta sua atitude lembrei-me logo dos meus que também viviam numa
prateleira, como disse há pouco. E a partir daquele momento passou a procurar
que tipo de influências poderiam ter no nosso organismo e em numerosos aspectos
da nossa vida, desde explorar apenas a nossa mente ou o nosso coração e
concluir que temos possibilidade de exercer uma acção sobre eles e atingir o
melhor bem estar possível enquanto sentimentos calmantes preenchem os momentos
especiais da nossa vida. A autora ensina como podemos aumentar a nossa
capacidade de cura e como esta pode funcionar e aumentar através dos cristais.
Nós, ao seguir as páginas do seu livro, entre tantos cristais e formas de os
manipular, fornecendo-nos os meios para alcançar as virtudes específicas de
cada um deles, sobretudo dos que pertencem à nossa esfera temporal pelo ano em
que nascemos, a família onde vivemos, a sequência interminável de factos da
nossa vida, ficamos de facto um pouco admirados com o significado de uma
centena de cristais. E se nos interrogarmos sobre como é possível alcançar a
cura pelos cristais e conseguir mesmo verdadeiras mudanças positivas na nossa
vida, para aqueles que duvidem de tais poderes vale a pena experimentar. Porque
não? Nada temos a perder. A ágata que trazíamos como pendente ao pescoço já vai
variando de posição entre estar mais perto da garganta ou do chamado plexo
solar, a meio do peito, conforme pretendemos que a sua energia incida mais
acima ou mais abaixo. Pessoalmente recordámos sobretudo o plexo solar que o
nosso professor de yoga nos indicava para certos exercícios. E correspondem aos
diversos chacras que podiam ser invocados durante a meditação. Mas aqui, os
cristais são descritos, conforme a cor que apresentam, os 7 chacras existentes
no nosso corpo, desde o mais inferior que parte da base dos pés até ao topo da
cabeça onde sai pela chamada coroa. Seguirá o leitor ou não aqueles rituais indicados
no livro? Pode ser uma experiência que mal não faz e que nos ajuda a conhecer
melhor a intensidade de certas energias que fluem dos cristais para nós ou
vice-versa. Exactamente, todos sabemos que tendo estado no solo onde se
formaram adquiriram certas energias. E também sabemos que todas as energias
podem de facto ter uma certa influência no nosso corpo ou na nossa maneira de
ser e viver. Depois de conhecermos as variedades e características dos 100
cristais aqui descritos, podemos tentar algum dos rituais apresentados. Não é
difícil. Já o fizemos e há algo que sentimos chegar de fora para dentro. Será
essa a finalidade desta obra. Talvez sim mas não só. É sempre bom conhecermos
mais alguma coisa sobre aquilo que nos rodeia e por onde passeamos os nossos
pés. Esta maravilhosa terra que é nossa e que devemos lutar pela sua
conservação. Igualmente os cristais que alguns de nós temos em prateleiras nas
nossas casas ou em cima de um qualquer móvel de qualquer sala. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span lang="PT"> <b>Para ler alguns excertos desta obra clique<a href="https://excertos-aplg.blogspot.com/2019/04/rituais-com-cristais-naha-armandy-um.html"> <i>aqui</i></a><o:p></o:p></b></span></div>
Gil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7728266227458674921.post-62507709974278169172017-10-03T19:01:00.000+01:002019-04-08T19:58:14.937+01:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYa0ThUQSJoRbYIb7ikEEhs9s0cWAKZQPC5GwEDjdYSGMla2ojRmZGKP4JmGSudiQuS7PDMJeRV2EAudOrRXG9MGeKFHLLqGwzupQjZC4K0E2cyAotV1aQ2AkePijn-4iflpIORQJYxbA/s1600/e+se+eu+fosse+deus+capa_3.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="394" data-original-width="257" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYa0ThUQSJoRbYIb7ikEEhs9s0cWAKZQPC5GwEDjdYSGMla2ojRmZGKP4JmGSudiQuS7PDMJeRV2EAudOrRXG9MGeKFHLLqGwzupQjZC4K0E2cyAotV1aQ2AkePijn-4iflpIORQJYxbA/s200/e+se+eu+fosse+deus+capa_3.jpg" width="130" /></a></div>
<h4>
<b><span lang="PT" style="font-size: large;">E SE EU FOSSE DEUS?</span></b></h4>
</div>
<div class="MsoNormal">
<b><span lang="PT">Fernando Correia</span></b><br />
<b><span lang="PT"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span lang="PT"><a href="http://www.guerraepaz.net/conteudo.aspx?lang=pt&id_object=10134&name=FERNANDO-CORREIA">Ed.Guerra e Paz</a></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b><span lang="PT" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Mais uma vez estamos perante uma obra
demonstrativa da grande sensibilidade de um autor, meu amigo e camarada de
trabalho de muitos anos na então Emissora Nacional, jornalista e escritor com
muitas obras publicadas entre as quais duas que estão neste espaço que criei na
Net. Mas é também o comentador desportivo na Rádio e Televisão com milhares de
admiradores que não perdem as suas regulares intervenções, professor na área da
Comunicação Social, enfim um homem de extraordinárias qualidades. Só assim se
compreende que tenha acompanhado um sem-abrigo por todos os locais – e são
muitos infelizmente – onde se abrigam em Lisboa a enorme quantidade desses
desprotegidos que não têm as mínimas condições de vida que afinal até lhes
estariam garantidas pela Declaração Universal dos Direitos do Homem e
nomeadamente pela nossa Constituição. O Fernando acompanha Henrique, um
sem-abrigo que todos os dias via passar na sua rua, quase sempre à mesma hora.
Era um homem alto, um pouco curvado, passo cadenciado, caminhando como se fosse
para o emprego que depois veio a saber-se que não tinha. Aliás Henrique não
tinha emprego, não tinha casa, não tinha família, quase podendo dizer-se que
não tinha nada. Mas afinal tinha tudo o que necessitava. Tinha o sol, as árvores,
o próprio céu como teto dos locais onde dormia. E é Henrique, sentado num seu
banco habitual do Jardim do Alto de Santo Amaro, que depois do Fernando o
abordar, perguntando-lhe se podiam conversar, lhe responde com uma outra
pergunta: Costuma conversar com Deus? A partir daí, Henrique, confessando não
ser crente, confessa isso sim que se fosse Deus, faria deste mundo um mundo
diferente. E isso seria possível se todos os homens quisessem, se fossem mais
solidários, se como governantes tomassem medidas para evitar que continuassem a
existir pobres, sem-abrigo, drogados, alcoólicos, analfabetos, a exploração de
menores, a prostituição feminina e masculina, o desemprego, a fome, os doentes
sem possibilidade de se tratarem, o abandono dos velhos em lares e muito mais
daquilo que alguém, a quem chamam deus, permite afinal que encham as ruas, os
vãos de escada, pequenos locais mais abrigados, toda a miséria que está patente
nesta e noutras cidades, como aliás pode mostrar. E é então que Fernando
Correia é conduzido por Henrique a locais como Monsanto e os esconderijos que
por lá existem, algumas estações ferroviárias que por vezes permitem que lá
pernoitem os sem-abrigo, uma espécie de submundo que a maioria de nós ignora ou
faz por ignorar, trocando por uma esmola deixada cair num velho chapéu à beira
de um qualquer passeio aquilo a que chama a sua consciência, ficando de bem com
ela e provavelmente com a tal entidade a que chama Deus. Não. Henrique
interroga-se e convida os outros a fazerem a mesma pergunta: E se eu fosse
Deus? Henrique teve estudos, um emprego que a certa altura lhe tiraram e até
uma casa onde viveu com a sua mulher que inexplicavelmente o abandonou.
Percorrendo as ruas de Lisboa, Henrique vai mostrando a Fernando os locais onde
vivem os sem-abrigo cujas histórias conhece e que merecem ser mais conhecidas
pelos leitores do livro que ele sabe que Fernando vai escrever. São testemunhos
fantásticos, quase inimagináveis, comoventes mas poderosos para que possamos
criar dentro de nós próprios uma maior força de solidariedade. Henrique sugeriu
ao autor que fosse com ele numa noite de Natal às visitas efectuadas
regularmente aos domingos às estações das Gares do Oriente, Santa Apolónia e
Rossio por um grupo de voluntários que distribui alimentos aos sem-abrigo que
ali se acolhem. Fernando Correia conta-nos como foi possível assistir a
momentos de grande alegria e felicidade mostrados naqueles rostos que
diariamente nos aparecem nas nossas ruas solicitando ajuda. Mas era Natal e até
houve lugar para prendas. Henrique não precisa de prendas. A única coisa que
ele precisa e muito gostaria de alcançar era acabar com a falta de
solidariedade que vê à sua volta. Como é possível que os responsáveis por este
mundo que ele nos mostra através da lúcida escrita de Fernando Correia nada
façam para que esta verdadeira calamidade desapareça. Por isso se interroga: E
se eu fosse Deus?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="Bodytext21" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 150%;">
<b><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Henrique levou o autor a conhecer de perto, entre outras, a</span></b><span class="Bodytext2"><b><span style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"> história de
Marília, de Natália, do Zé Maria, do Zeca e da Zélia, do Ti Chico e da sua
Rosa, apenas alguns dos muitos sem-abrigo com os quais convivia. São
testemunhos comoventes mas cheios daquela verdade que nos mostra a indiferença das entidades
governamentais perante uma verdadeira calamidade social. </span></b></span><b style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Este livro, as histórias que Henrique
nos conta sobre o modo como vivem alguns sem-abrigo como ele, mas sem a sua
capacidade de as enfrentar, rolando cada vez mais para uma sub-vida ou
socorrendo-se da droga e da prostituição, as suas consequências na doença e até
na perda de certas faculdades mentais, merece ser lido por todos os que sintam
o desejo de melhorar de facto a humanidade fornecendo talvez o caminho para um
mundo melhor.</span></b><span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 150%; text-align: justify;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span lang="PT" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<b style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Para ler alguns excertos desta obra
clique <i><a href="https://excertos-aplg.blogspot.pt/2017/10/e-se-eu-fosse-deus-fernando-correia.html">aqui</a></i></span></b>Gil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7728266227458674921.post-47270374088119432172017-08-03T19:12:00.000+01:002019-04-08T21:37:41.477+01:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQMdhcZLvPik3lM26tLtrv8BVzCfUrmITAYcXV2ugh0XZl4u6dOfiasPvtWt7LDPxVpfIdOmtHgKWRcCpJcxTx-2ggEeUs1_4tXW7I1L6o9AyCb4aK7NFEIsNnXcgFlw0tvK1i9wb2jOE/s1600/CENAS+DA+VIDA+AMERICANA_R.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1181" data-original-width="777" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQMdhcZLvPik3lM26tLtrv8BVzCfUrmITAYcXV2ugh0XZl4u6dOfiasPvtWt7LDPxVpfIdOmtHgKWRcCpJcxTx-2ggEeUs1_4tXW7I1L6o9AyCb4aK7NFEIsNnXcgFlw0tvK1i9wb2jOE/s200/CENAS+DA+VIDA+AMERICANA_R.jpg" width="131" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<h2>
</h2>
<span style="font-size: medium;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><b>CENAS DA VIDA AMERICANA</b></span></span><br />
<h4>
<span lang="PT"><span style="font-size: x-large; font-weight: normal;">Clara Ferreira Alves</span></span></h4>
</div>
<div class="MsoNormal">
<i><span lang="PT" style="font-size: 12.0pt;"><a href="http://www.clubedoautor.pt/produto/cenas-da-vida-americana/">Clube do Autor</a><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<b><span lang="PT" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Confessando o quanto admiro a escritora e jornalista Clara
Ferreira Alves, tomo a liberdade, que nunca fiz, de reproduzir a cinta que
cobre esta sua obra para início do que farei o possível por dizer sobre o seu
conteúdo. De facto está ali tudo o que a autora nos vai contar. “Estes são os
dias da América: o poder do dinheiro, os bastidores da política, as malhas da
guerra, o quotidiano dos que não têm voz”. Clara Ferreira Alves, como aliás tem
referido por várias vezes nos seus artigos e em intervenções televisivas,
conhece bem a América, o nome pelo qual são designados os Estados Unidos da América.
Percorreu todos os estados de uma costa à outra, desde 1980 até aos dias de
hoje. Em muitas das cidades permaneceu durante vários dias e teve a
possibilidade de avaliar o modo de viver do povo americano, não deixando de
notar que desde Reagan até aos dias de hoje com Trump, os presidentes não
conseguiram fazer desaparecer o grande fosso que divide ricos e pobres. Afinal
a América da Liberdade, o país tantas vezes desejado por aqueles que
acreditavam que ali iriam encontrar um futuro radioso para si e muitas vezes
também para a família, vive do poder do dinheiro infiltrado nos bastidores da política.
Chegavam pobres, pensando poder ali viver com alguma dignidade e segurança
quando na maior parte das vezes ficavam pior do que nos seus países de origem.
Clara Ferreira Alves encontrou muitos desses emigrantes em pequenas cidades do
interior de muitos dos estados. O sonho americano que eles imaginavam que iriam
encontrar naquele país não chegara a concretizar-se. A autora analisa,
investiga as possíveis razões e leva-nos a percorrer como era a América nos
dias de Reagan, dos Bush, de Clinton, mesmo de Obama e até como vai ela com o
actual Trump. Assistimos ao verdadeiro desenrolar dos episódios conhecidos
durante esses vários mandatos. Mas esta obra consegue descrever-nos com a
exactidão da veia jornalística, não só o como, mas também a razão porque
aconteceram as inúmeras cenas que apenas todos nós conhecíamos das notícias que
foram sendo divulgadas durante todos esses anos. E sem qualquer sombra de
dúvida é possível concluir como afinal estas cenas da vida americana nos
revelam ser sempre o poder do dinheiro dos mais ricos que, como sempre, acaba
por vencer e deixa sem o mínimo conforto os que não conseguiram alcançar o
ambicionado sonho americano, velhos vagabundos, drogados, negros e brancos
desempregados e também mulheres. Mulheres, muitas mulheres sem família, sem
filhos, que os maridos abandonaram para tentar qualquer outro caminho que
aquela América lhes negou, deixando-as em perfeita miséria, sujeitas aos piores
sacrifícios que nunca pensaram ter de suportar. É verdade que a autora não
nega, como afirma peremptoriamente, que a América salvou a Europa em momentos
da história em que tudo parecia ruir neste nosso continente. E de tal modo isso
foi verdade que o século XX chegou a ter o nome de século americano. Em Nova
York persiste uma vida turbulenta que nos dá a ideia de que tudo vai bem. As
grandes salas de espectáculo enchem-se das elites que sempre persistiram. E os
bons restaurantes não faliram, pelo menos por enquanto. É lá que uma certa
gentalha se reúne para combinar as grandes fraudes. Central Park ainda existe.
Aliás sempre existiu. Mas de dia é uma coisa diferente do que ali se passa de
noite. Não é seguro. Por lá proliferam os vagabundos e assaltantes. Nós
próprios assistimos a isto quando lá estivemos certa vez em serviço. E já havia
gente sentada nos degraus das portas de saída de muitas casas, estendendo a
mão, pedindo uma esmola que cairia ou não no chapéu colocado à sua frente.
Assistimos a isto em muitas ruas não muito longe do centro de Nova York. Também
eu fiquei desiludido nesse tempo, antes dos anos que Clara Ferreira Alves nos
conta nesta sua obra que reúne muitos dos artigos que publicou desde 1980. E
parece que no essencial nada mudou. Estas suas <i>“Cenas da Vida Americana”</i> servem de facto para ficarmos a conhecer
melhor o que é a América. Não conseguimos transmitir aqui com muito pormenor a
mais pequena ideia de uma tão vasta história. Apesar do que nós próprios podermos
ter visto, tudo o que sabíamos da América ficou agora totalmente transformado
naquilo que constitui a verdade vivida por Clara Ferreira Alves. Claro que
termina com a análise possível do que acontece presentemente com Trump, o homem
que segundo ela “quer destruir o sistema, o amante da força bruta e da guerra
total, o ditador dos media, o Goebbels de uma ópera bufa, a crueldade
claramente vista”. Aconselhamos vivamente esta leitura.<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<b><span lang="PT" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Para ler alguns excertos desta obra clique <i><a href="https://excertos-aplg.blogspot.pt/2017/08/cenas-da-vida-americana-clara-ferreira.html">aqui</a></i><o:p></o:p></span></b></div>
</div>
Gil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7728266227458674921.post-42665171414324486232017-05-10T19:27:00.000+01:002017-10-19T21:34:41.786+01:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQEvMnxkPMLLMyPuxu3yBEquiby8EspyW2_t7a0kGU9hFtMUWAUQeSmFI6xbwCyw3jT0sg4O9wiSNMzHLgSb20RID1oVZ5U7Rp6IzdHbNIkABNuTgFn5_X2J-t9WJQ2NXuEpShpbmC768/s1600/capa+2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="378" data-original-width="220" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQEvMnxkPMLLMyPuxu3yBEquiby8EspyW2_t7a0kGU9hFtMUWAUQeSmFI6xbwCyw3jT0sg4O9wiSNMzHLgSb20RID1oVZ5U7Rp6IzdHbNIkABNuTgFn5_X2J-t9WJQ2NXuEpShpbmC768/s200/capa+2.jpg" width="116" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="font-size: large;"><b>UMA ESPERANÇA MAIS FORTE<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="font-size: 12.0pt;"><b><span style="font-size: large;">DO QUE O MAR</span><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></b></span><br />
<b><span lang="PT" style="font-size: 12.0pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span lang="PT" style="font-size: 12.0pt;">Melissa Fleming<span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span lang="PT" style="font-size: 12.0pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span lang="PT" style="font-size: 12.0pt;"><a href="https://www.portoeditora.pt/produtos/ficha/uma-esperanca-mais-forte-do-que-o-mar/18686770" target="_blank">Porto Editora</a><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b><span lang="PT" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Este livro é um verdadeiro livro de amor, apesar de relatar
uma tragédia e sobrevivência de uma refugiada. Se alguém perguntar como pode
ser um livro de amor, basta dizer que essa refugiada antes de iniciar a viagem
para fugir da Síria teve momentos com provas de grande amor quer pelo seu país
martirizado como pelos seus familiares. Já também depois de iniciada a viagem
encontrou um homem pelo qual se apaixonou e que viria a auxiliá-la para poderem
continuar a fuga, embora algo de muito dramático tenha acontecido até chegar ao
primeiro país da Europa que a levaria finalmente ao destino ambicioso de
alcançar a Suécia onde reside actualmente, depois de ter perdido tudo e todos. <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b><span lang="PT" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A autora Melissa Flemming é Directora de Comunicação e a
porta-voz do Alto Comissariado das Nações unidas para os Refugiados e teve
conhecimento da história da refugiada através do <i>website</i> grego. Sempre atenta a relatos de sobrevivência que
demonstrem o drama dos refugiados e que possam transmitir ao público que apenas
conhecem as notícias dos jornais, embora também estas elucidativas, a
necessária empatia para que todos possamos contribuir com qualquer parcela de
auxílio que esteja ao nosso alcance para acabar com o drama dos refugiados, Melissa
procurou pelos meios ao seu alcance conhecer a refugiada Doaa quando ainda se
encontrava em recuperação num hospital em Atenas. Na posse de diversos artigos,
fotografias e relatos entretanto publicados na imprensa ateniense e não só, o
livro dá-nos a conhecer a verdadeira história de Doaa que conseguiu, apesar de
momentos de grande sofrimento ao relembrar factos passados e alguns deles muito
recentes como a do naufrágio em que conseguiu resistir até ser recolhida pelos
tripulantes de petroleiro que navegava no Mediterrâneo em direcção a Gibraltar
que ficaram surpreendidos com a enormidade de cadáveres a boiar à superfície
mas também o que lhes parecia serem os gritos de socorro que alguém gritava
mais alem. Era Doaa pedindo socorro para duas meninas que segurava nos braços
enquanto se agarrava à pequena bóia de que dispunha. <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b><span lang="PT" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Neste livro que António Guterres classifica como de “Um livro
admirável de uma autora que não o é menos”, é contada toda a história de Doaa
desde a sua infância feliz na Síria quando este país ainda era um lugar
pacífico até à actualidade, e devemos salientar que em 2016 Doaa Al Zamel
recebeu o prémio OFID 2016 para o Desenvolvimento, atribuído pela OPEP, pela
sua coragem e determinação. Tal como ela própria declara em “Nota de Doaa” no
final do livro, “partilhou nele o seu sofrimento”. Trata-se apenas de uma
pequena amostra das provações e da dor que os refugiados espalhados pelo mundo
têm se suportar e de enfrentar. Sou apenas uma voz entre os milhões que, todos
os dias, arriscam a vida para conseguir viver com dignidade.” E é isto na
verdade o que podemos ler neste livro, juntando-lhe os episódios trágicos de
alguém que apenas deseja encontrar um lugar onde fosse possível viver em paz,
onde as crianças não morressem de fome ou por balas indiscriminadamente
disparadas pelos grupos terroristas. E também as falsas promessas, pagas a peso
de ouro com todas as suas economias, para conseguirem um lugar numa frágil
embarcação que depois os traficantes desumanos e criminosos abandonam a meio do
mar, sem combustível para alcançar terra firme, muitas vezes acabando mesmo por
naufragar. Dir-se-á que todos sabemos desta tragédia dos refugiados, que nos
revolta e lamentamos. Mas aqui, neste livro, temos um rosto que vamos acompanhando,
uma história que parece decorrer a nosso lado, um exemplo bem real de todos os
milhares de refugiados aos quais acontecerá algo semelhante que enchem os
noticiários e os artigos dos jornais. Sim sabemos que alguns refugiados
alcançam as praias do sul da Europa e vão ficando em acampamentos,
deficientemente alojados, até que possam arranjar a desejada licença para
alcançar um país que os receba, nomeadamente o nosso. Mas o que encontramos
neste livro é toda a história da luta pela sobrevivência de uma refugiada,
contada por uma admirável escritora. Ficamos mais conscientes do que é o drama
dos refugiados. E isso é importante.<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<b><span lang="PT" style="font-size: 12.0pt;">Para ler um excerto desta obra clique <a href="https://excertos-aplg.blogspot.pt/2017/05/uma-esperanca-mais-forte-do-que-o-mar.html">"<i>aqui"</i></a></span></b></div>
Gil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7728266227458674921.post-6245965805792051362016-05-07T23:14:00.002+01:002017-10-19T21:35:40.053+01:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEtSg5LgZkHC-VtDFDTvRUwRTvt6NeHKu4O4BE0sFHA5OBdAuUZE6cW5GD_DNqTOq7_8wRb03BufRP31oAgqnBkg3BOgdhsoqgfG7yHa3FTGTykaP4uwC1qYBLsN96M1x0ybozmNRNuqo/s1600/O+HOMEM+QUE+N%25C3%2583O+TINHA_2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEtSg5LgZkHC-VtDFDTvRUwRTvt6NeHKu4O4BE0sFHA5OBdAuUZE6cW5GD_DNqTOq7_8wRb03BufRP31oAgqnBkg3BOgdhsoqgfG7yHa3FTGTykaP4uwC1qYBLsN96M1x0ybozmNRNuqo/s200/O+HOMEM+QUE+N%25C3%2583O+TINHA_2.jpg" width="132" /></a></div>
<h4 style="text-align: justify;">
<span lang="PT" style="border-image-outset: initial; border-image-repeat: initial; border-image-slice: initial; border-image-source: initial; border-image-width: initial; border: 1pt none; padding: 0cm;">O HOMEM </span><span lang="PT" style="border-image-outset: initial; border-image-repeat: initial; border-image-slice: initial; border-image-source: initial; border-image-width: initial; border: 1pt none; padding: 0cm;">QUE NÃO TINHA IDADE</span></h4>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT" style="border: none windowtext 1.0pt; font-size: 12.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;"><b>Fernando Correia</b><o:p></o:p></span><br />
<span lang="PT" style="border: none windowtext 1.0pt; font-size: 12.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT" style="border: none windowtext 1.0pt; font-size: 12.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;"><a href="http://www.guerraepaz.net/conteudo.aspx?lang=pt&id_object=9015&name=O-HOMEM-QUE-NAO-TINHA-IDADE"><i>Ed. Guerra e Paz</i></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT" style="border: none windowtext 1.0pt; font-size: 12.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">Se há coisas que se fazem com prazer é colocar aqui obras que o
merecem e que, além disso, são escritas por grandes amigos. Se a primeira razão
é por demais evidente, ou não estaria a ser referida neste lugar que criámos
para os livros que amamos, já a segunda pode ser casual pela coincidência do
sermos também amigos do autor. Mas compreende-se que traga maior satisfação.
Fernando Correia, jornalista e homem do desporto, voz da rádio e da televisão
admirada por muitos milhares de portugueses, é também um grande escritor com
várias dezenas de livros abrangendo para além das obras de carácter desportivo,
igualmente biografias, contos e ensaios. E quando, como aconteceu no seu
anterior livro há cerca de um ano (também referido a seu tempo neste espaço)
nos oferece agora de novo algo que nos transmite a sua forma de ser e de
pensar, fica connosco a certeza de que ele entrou definitivamente numa das
áreas que mais se pode admirar num escritor. É que para além de nos contar uma
história, real como foi o caso da obra anterior ou semi-ficcional como este
“Homem que não tinha idade”, ele se afirma, usando a sua escrita mais que
perfeita, digna de pertencer aos privilegiados da literatura portuguesa (como se
depreende da apresentação do livro feita por Manuel Sérgio), como um escritor do
seu tempo que tem a responsabilidade de lançar um alerta contra algo de errado
que ocorre na sociedade actual. A história de um João, homem dos oitentas,
viúvo de alguém que muito amava, mas cujos filhos, com as suas vidas
organizadas em casas próprias, resolvem colocá-lo, contra vontade, num lar de
idosos, quando afinal ele se sentia ainda com capacidade para viver a sua vida,
com direito a amar e ser amado, homem livre utilizando os meios que ainda
encontrasse ao seu dispor mesmo em actividades intelectuais, é, sabemos todos,
um retrato dos nossos dias. É. Mas não devia ser. E é essa denúncia numa espécie
de grito que Fernando Correia lança. Não que seja felizmente a sua própria
história. Mas Fernando e João têm a mesma idade. E Fernando sabe que apesar dos
“oitentas” está no pleno uso das suas faculdades mentais. Apesar de a vida o
ter atraiçoado com uma terrível doença que atingiu a mulher que tanto ama,
ele trabalha, desenvolve uma série de
actividades à sua volta, tem amigos e sente-se verdadeiramente um Homem que não
tem idade. Tal como afirma nesta sua obra, a idade cronológica, aquela que lhe
diz no calendário que no dia tantos de tal será um velho, nada significa. Infelizmente
são muitos os velhos de calendário que são abandonados, muitas vezes por
aqueles que criaram, e que enchem esses <i>depósitos
de trapos e sombras.</i> Neste livro, João não aceita ficar naquele quarto que
os filhos diziam ser muito bonito, com duas janelas que não se abriam, um
roupeiro, uma secretária, um cadeirão, uma jarra com flores de campo e a
televisão, sempre que o desejasse, na sala de convívio. E, sentindo-se ainda na
plenitude das suas principais aptidões, com um desejo enorme de viver, com forças
para encontrar outros rumos que lhe trouxessem a alegria de viver, a amizade e
até o amor (porque não?), diferente mas igualmente amor, João resolve fugir, levando
consigo o indispensável. Dinheiro, cartão de cidadão, cartão multibanco para acesso
à reforma de jornalista, o telemóvel e o retrato de Joana que nunca abandonava.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT" style="border: none windowtext 1.0pt; font-size: 12.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">É então que Fernando Correia nos descreve de maneira original,
numa espécie de retrocesso desde os anos
actuais aos primeiros anos do seu nascimento, as várias etapas da vida de João,
o Homem que não quis ficar no asilo-depósito de velhos onde os filhos o tinham
deixado. E todas essas etapas são descritas pelo autor com os pormenores mais
relevantes de uma vida ficcionada, mas que não deixam de levantar os seus
criteriosos comentários relacionados com a passagem dos anos pela qual todos
nós passamos. Até que voltamos novamente aos dias do presente vivido por João,
aquele que não deseja ser velho porque não se sente velho mas pelo contrário um
homem com a enorme capacidade de admirar toda a Natureza que o rodeia e da qual
faz parte. Chega o momento de Fernando Correia abrir o seu próprio espírito,
vestindo a pele de João onde afinal se reflecte como por encanto a sua
personalidade forte, tudo o que de mais constitui o seu pensamento de um grande
humanista. E é ao mesmo tempo o autor que domina com excepcional maestria o
poder da escrita. Tudo naquelas páginas que nos vão conduzir a um final
inesperado revela o seu valor na criação literária. Ele não utiliza os
artifícios fáceis no sentido de agradarem ao grande público dos dias de hoje
onde são infelizmente raros os verdadeiros autores. Fernando Correia, ele
também Um Homem Que Não Tem Idade, reafirma neste seu romance o grande poder da
palavra escrita e oferece ao leitor momentos de reflexão que nos conduzem não
só à introspecção como também – e isso é muito importante – a uma consciente
análise do mundo que nos rodeia. Muito mais poderia aqui deixar sobre o valor
literário desta obra mas julgamos estar suficientemente provado que ela merece,
como tem sido sempre o critério das nossas escolhas, este seu lugar no nosso
Amor pelos Livros. Que ela mereça como sempre a atenção de quem nos visita.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="border: none windowtext 1.0pt; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">Para ler excertos desta obra
clique <i><a href="http://excertos-aplg.blogspot.pt/2016/05/o-homem-que-idade-correia-joao-tinha.html">aqui </a></i> <o:p></o:p></span></div>
Gil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7728266227458674921.post-43082174513186443432015-06-17T18:53:00.001+01:002015-06-17T19:21:12.978+01:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCT79V2tq8vy41KJRo0N_UPLCMVplN7FGBNRDMy_A83Dv2zx4u8WNxoLp52BUHvw2TTlKnB6ZfhSLEztXe7-siVjvu1kF_lCmPoq2UinflQPSyAUuGxHu3YGrqo0yMBMbzn3tMIdephtg/s1600/A+Ci%25C3%25AAncia+no+grande+teatro_capa.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCT79V2tq8vy41KJRo0N_UPLCMVplN7FGBNRDMy_A83Dv2zx4u8WNxoLp52BUHvw2TTlKnB6ZfhSLEztXe7-siVjvu1kF_lCmPoq2UinflQPSyAUuGxHu3YGrqo0yMBMbzn3tMIdephtg/s200/A+Ci%25C3%25AAncia+no+grande+teatro_capa.jpg" width="128" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span lang="PT" style="border: none windowtext 1.0pt; font-size: 12.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">A CIÊNCIA<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span lang="PT" style="border: none windowtext 1.0pt; font-size: 12.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">NO GRANDE TEATRO<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span lang="PT" style="border: none windowtext 1.0pt; font-size: 12.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">DO MUNDO<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="border: none windowtext 1.0pt; font-size: 12.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;"><b>António Manuel Baptista</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="border: none windowtext 1.0pt; font-size: 12.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;"><a href="https://www.gradiva.pt/index.php?q=N/SEARCHBOOKS/92">Ed. Gradiva</a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span lang="PT" style="border: none windowtext 1.0pt; font-size: 12.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">HOMENAGEM<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span lang="PT" style="border: none windowtext 1.0pt; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">Esta importante obra da autoria
de um dos nossos grandes investigadores, nomeadamente em física nuclear e por
tal premiado e distinguido internacionalmente, professor universitário e grande
divulgador da ciência em palestras, programas de rádio e de televisão, autor de
livros e estudos e artigos em revistas internacionais, aparece aqui e agora por
duas razões. A primeira por ser uma forma de eu homenagear um grande amigo, que
acaba de nos deixar no passado dia 6 de Junho, após um longo período de
sofrimento mas que manteve quase até ao fim um cérebro fantástico com
capacidade de com ele continuarmos sempre a aprender muito sobre a ciência e a
vida. Só agora também, porque esta sua obra que nos ofereceu, como aliás as
anteriores, foi a última que publicou na importante série “Ciência Aberta” da
Gradiva. Mas publicada em 1998, já se encontrava esgotada quando iniciámos este
nosso projecto “Amor pelos Livros” e assim se manteve até ao presente. Com a
sua divulgação aqui neste momento e até que haja, como julgamos merecida, uma
reedição, vamos naturalmente falar um pouco dela e do autor e daremos ao mesmo
tempo, como é nosso hábito, a possibilidade de serem lidos pelos nossos visitantes
alguns excertos que, naturalmente não chegam para dar a conhecer totalmente a
sua importância. António Manuel Baptista com quem, como já se depreendeu,
desenvolvemos uma grande amizade, desde que na rádio realizava o seu programa “
A Ciência ao Serviço do Homem”, que lhe valeu o Prémio de Imprensa (Rádio) em
1969, era realmente uma pessoa extraordinária. Considerado, como aliás foi
salientado no recente comunicado do MEC um homem extremamente culto,
conversador vivo e inteligente era também um homem generoso. Os seus
conhecimentos científicos que sabia divulgar com uma inexcedível clareza eram
assim colocados ao sabor de quem o ouvia ou lia devido à sua grande
generosidade. E esta sua qualidade esteve sempre patente, tanto na sua vida
profissional como na sua vida particular. Disso demos conta muitas vezes e até
eu próprio me interrogava como ele quase me considerava seu “par” – eu um
simples jornalista da área da ciência – quando falava comigo ou colocava uma
dedicatória nos seus livros que me oferecia como é o caso que aqui reproduzo </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_6i2oBb9Kc5QVh8FzBhcPK_6Ji2q67rVCoTV8KR_7Ev16UWqK08GdFtAp47rRYUzVlf9MnMBEzs99uHnVa8CPusOBV5fcN8IMk3Hr2DhSTBGO9C5JIS51Hk5HBRwJHOK5PY2T4x3Nhzw/s1600/A+Ci%25C3%25AAncia+dedicat%25C3%25B3ria.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="132" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_6i2oBb9Kc5QVh8FzBhcPK_6Ji2q67rVCoTV8KR_7Ev16UWqK08GdFtAp47rRYUzVlf9MnMBEzs99uHnVa8CPusOBV5fcN8IMk3Hr2DhSTBGO9C5JIS51Hk5HBRwJHOK5PY2T4x3Nhzw/s200/A+Ci%25C3%25AAncia+dedicat%25C3%25B3ria.jpg" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span lang="PT" style="border: none windowtext 1.0pt; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">“velho companheiro de boas batalhas (todas certas mesmo que os resultados estivessem
errados)”. Só um amigo generoso poderia escrever isto de quem, como eu, só
poderia ter batalhas, que as tive, mas num campo muito inferior ao seu. Ele
sim, sabia como enfrentar os debates de alto nível, defendendo as suas ideias a
favor de uma cultura científica, essencial para o progresso deste país. Nesta
sua obra que aqui trazemos, António Manuel Baptista consegue descrever o
caminho percorrido desde que aparece aquilo a que se pode chamar a filosofia
natural até à filosofia experimental (título aliás do primeiro capítulo), isto
é, a ciência. Desde o século VI a.C. com Tales de Mileto onde terão sido dados
os primeiros passos para “pensar racionalmente a natureza sem o constante
recurso à intervenção de divindades e mitos”, vão desfilando no grande Teatro
do Mundo, os grandes filósofos de que citamos naturalmente Pitágoras, Platão e
Sócrates, Arquimedes, mais tarde Kepler, Galileu ou Newton, enfim Einstein,
Bohr, Heisemberg, todos os grandes cientistas/filósofos ou apenas com uma mais
significativa incidência numa dessas duas áreas vão aparecendo no grande palco
do teatro científico que abrange os quatro cantos do mundo. E este é
verdadeiramente um mundo a cinco dimensões pois inclui também a importante
coordenada do tempo. António Manuel Baptista, com a sua inexcedível sabedoria,
descreve-nos todo esse longo desfile de grandes personagens na história da
ciência mas a sua contribuição para o esse conhecimento vai mais longe do que
isso. Como se todas as teorias ali descritas fossem, como aliás sempre
defendeu, muito simples, transforma-se numa companhia admirável que nos parece
estar ao nosso lado, conversando amigavelmente sobre algo que, sendo complicado,
afinal se torna muito simples. Simples, é claro, porque ele assim nos faz ver e
crer. Porque ele sabe. E sabe como nos há-de explicar. Aliás tinha uma curiosa
máxima que seguia rigorosamente: </span><span lang="PT" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">“Se não conseguirmos explicar de forma elementar conceitos
científicos complexos é porque não os dominamos”.<span style="border: none windowtext 1.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;"> E arriscamo-nos a pensar que
foi essa necessidade de absorver aquilo que a ciência lhe apresentava que o
levou ao seu fervor de, apresentada que fosse a oportunidade, divulgar o que
sabia com uma simplicidade que ultrapassava os limites convencionais conhecidos
até aí. Para além de nos falar da história da ciência e da filosofia da
ciência, apresenta-nos algo que muito defendia como as relações da ciência com
a sociedade e o ensino mas também com a literatura, nomeadamente a poesia. Um
dia, sabendo da sua grande admiração por muitos poetas, nomeadamente Rilke que
o levara a aprender um pouco de alemão para o ler no original, perguntei-lhe se,
sendo lugar comum dizer-se que os poetas descrevem situações incompreensíveis,
não haveria uma certa dicotomia entre poesia e ciência. “Claro que não”,
respondeu: “Poesia e ciência são pontes para o mesmo território”. Aliás, ao
longo das páginas deste livro, não são raras as ocasiões em que refere as
relações entre as duas. Como também é conhecido - e muitas vezes o confessou
ser um poeta “doméstico” - apenas escrevia para si e para a família mas sem
publicar, excepção de algo que o foi por iniciativa da filha, a editora
Cristina Ovídio. Mas não quero afastar-me do prometido que era dizer o que
pensava desta obra que aqui trouxe desta vez. Sendo muito difícil ir mais além,
tão enorme é a importância, a variedade nas formas de abordagem, os aspectos
que dizem respeito à ciência, os seus intervenientes, os criadores, os filósofos
da ciência, um mundo infinito de descobertas ou conceitos que nos são
oferecidos para deles ter um melhor conhecimento, para que se possa absorver e
viver cultura, que apenas me resta deixar o habitual convite para lerem alguns
excertos. Foi difícil a escolha, tantas eram as páginas que desejava que todos
lessem. É talvez a obra que maior quantidade delas ficarão a vossa disposição.
Que gostem e apreciem, até que venha a ser reeditada. Fica a homenagem ao
insigne investigador físico nuclear, um grande amigo e grande divulgador da
ciência.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span lang="PT" style="border: none windowtext 1.0pt; font-size: 12.0pt; line-height: 150%; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">Para ler excertos desta obra
clique <a href="http://excertos-aplg.blogspot.com/2015/06/antonio-manuel-baptista-ciencia-no.html">aqui </a> <o:p></o:p></span></div>
</div>
Gil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7728266227458674921.post-3694185414692211862015-04-28T20:42:00.000+01:002015-05-01T16:48:27.381+01:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhU_OLk8javg_UXRXeczA4QOJcG0mGIh2jfz-KINGqdjZ8y6_kAujb7ET1VvJULX7zfz8bECNnL-1EhW7_wLeHTCbFKRPJEw-cWKfeSqPUH7CQcZAmxXzhCks8mY_E6bjmnY22fmHvNENU/s1600/o+bos%C3%A3o+do+jo%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhU_OLk8javg_UXRXeczA4QOJcG0mGIh2jfz-KINGqdjZ8y6_kAujb7ET1VvJULX7zfz8bECNnL-1EhW7_wLeHTCbFKRPJEw-cWKfeSqPUH7CQcZAmxXzhCks8mY_E6bjmnY22fmHvNENU/s1600/o+bos%C3%A3o+do+jo%C3%A3o.jpg" height="200" width="140" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span lang="PT" style="font-size: 12.0pt;">O BOSÃO DO JOÃO<o:p></o:p></span></b><br />
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="font-size: 8pt;">88 POEMAS COM CIÊNCIAS<b><o:p></o:p></b></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<b><span lang="PT" style="font-size: 12.0pt;">Rui Malhó<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<div class="MsoNormal">
<b><i><span lang="PT"><a href="http://www.bythebook.pt/index.php?/autores/rui-malho/" target="_blank">By de Book Ed.</a><o:p></o:p></span></i></b></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span lang="PT" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Ao deparar com este título, o leitor
mais informado pensará que ele se refere a tema relacionado com a ciência
nomeadamente com a física. Todos se recordam de há dois anos ter sido finalmente
descoberto o Bosão de Higgs no grande acelerador de partículas do CERN,
acontecimento recebido com grande entusiasmo por toda a comunidade científica e
também pela comunicação social, pois essa partícula tinha sido prevista pelo
físico Peter Higgs em 1964 e era portanto esperada há décadas. O Bosão do João
poderia portanto ser igualmente a previsão de uma nova partícula. Mas nada
disso. O autor deste livro, Rui Malhó, é de facto um cientista, doutorado em
Biologia pela Universidade de Lisboa - tendo escolhido para a sua tese o</span><span lang="PT"> “</span><span lang="PT" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Estudo
da germinação do grão de pólen” - actualmente Professor da Faculdade de
Ciências da mesma universidade e membro da Academia de Ciências, sendo autor e
co-autor em dezenas de artigos em revistas científicas internacionais. Folheando
o livro, nota-se de imediato que as suas páginas são preenchidas por poemas e
numa observação mais cuidada à capa pode ler-se como sub-título “88 poemas com
ciências”. Trata-se portanto de um livro de poesia. Rui Malhó não é poeta e os
poemas foram escolhidos por ele devido à relação que cada um deles tem com a
ciência. E o facto de ter escolhido “<st1:metricconverter productid="88”" w:st="on">88”</st1:metricconverter> não foi por acaso. Estivemos numa das
apresentações de lançamento do livro, precisamente no dia Mundial da Poesia e
não nos ocorreu perguntar-lhe a razão da escolha desse número. Mas mesmo que o
tenha feito por outras razões, podemos reparar que a junção desses dois
algarismos para formar um número tem algo que nos leva a pensar em reflexo, o
que tem a ver com propriedades da luz e da interposição de determinados
materiais; e também o símbolo oito possui dois círculos que se tocam, numa
rigorosa simetria; física, geometria, matemática claro, a ciência enfim. Motivo
ou não para esse pormenor do subtítulo, o livro que o autor nos apresenta vem
demonstrar o que algumas pessoas esquecem. Poesia e ciência ou arte e ciência
sempre tiveram uma ligação, aliás necessária na opinião de importantes vultos
da cultura. Tal como relembra Sampaio da Nóvoa no prefácio do livro de Rui
Malhó, já Álvaro de Campos, um dos heterónimos de Fernando Pessoa, afirmara que
<i>“o artista conhecerá melhor o mundo, e
até a sua arte, se souber matemática e física e biologia e química. O cientista
compreenderá melhor as coisas e também a sua ciência, se se abrir à música, à
pintura, à arte.”</i> Rui Malhó, o cientista, confessa o seu gosto pela poesia
que terá nascido durante as aulas de português no secundário. E parecendo estar
afinal tão longe dos seus “textos científicos objectivos, pragmáticos,
descritivos”, facilmente concluímos que, ao decidir publicar este livro, ele
continua a aceitar a poesia como aliada imprescindível na sua vivência actual,
como professor e investigador. Curiosamente, a ideia terá nascido do encontro
casual com uma obra intitulada “a quark for Mr. Mark”, ao consultar estantes da
Popular Science numa livraria britânica. O livro era afinal uma compilação de
101 poemas sobre ciência. Abandonada a primitiva hipótese de o traduzir para
português, pensou – e ainda bem – em fazer uma escolha do mesmo género entre os
nossos poetas que tivessem abordado a ciência nos seus poemas. De igual modo
havia que escolher para título uma partícula elementar tal como era o caso de
quark. Nada melhor do que o bosão tão falado recentemente e para manter a rima
poética essa partícula seria do João. Depois de um trabalho certamente
exaustivo na escolha apropriada, pois são muitos os nossos poetas que abordam temas
de ciência nos seus poemas, decidiu-se pelos 88 que agora nos apresenta. Foi
com enorme prazer que constatámos ser António Gedeão o primeiro a figurar nesta
concepção da obra de Rui Malhó, nela figurando depois várias vezes. Rómulo de
Carvalho, seu verdadeiro nome, foi nosso professor de físico-quimica no Liceu
Pedro Nunes e com ele mantivemos uma relação de grande amizade, ultrapassando
mesmo a de seu simples aluno, pois viria a ter grande influência noutra área da
minha vida profissional. Nos seus poemas como em todos os dos restantes poetas
que foram escolhidos por Rui Malhó a ciência está presente e é mesmo explicada
com grande força poética. E não é só porque a poesia serve a ciência mas também
em determinados momentos verificamos que a ciência alcança valores onde vibra a
poesia. As duas forças como que se entrelaçam e ajudam dando um melhor sentido
às ideias expressas. E se a poesia sempre foi uma forma literária que melhor
transmite o que se passa no mais íntimo de um ser humano, sentimentos, desejos
ou paixões, ela consegue explicar de forma mais límpida e compreensível para
quem a lê, fenómenos científicos que de outra forma lhes poderiam passar
simplesmente despercebidos, ficando longe do seu real significado. Mais
conhecidos uns, menos conhecidos outros, o prazer de encontrar neste livro
poetas que nos transmitem a sua arte atravessada por uma determinada descrição
científica, em perfeita consonância, porque rima é também som, faz aumentar a
nossa capacidade de abranger melhor cada uma das duas áreas. E este é um
acréscimo real no valor desta obra que aqui depositamos no nosso Amor pelos
Livros. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="line-height: 150%;"><span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Para ler alguns poemas desta obra clique <a href="http://excertos-aplg.blogspot.com/2015/04/o-bosao-do-joao-rui-malho-alguns-dos.html" style="font-weight: bold;">aqui</a><b>.</b></span></span></div>
</div>
Gil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7728266227458674921.post-58960916260644486742015-04-09T21:11:00.000+01:002015-04-09T23:41:50.987+01:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBY-aih0cNsBRecRcPywb8LmnASzTwV9xkSYQO244QVNCobc-8kwg0FrZxCp0JP9K41FKWhMG91lGb1W4WahQ1_GCx8WnHS_kN-HI-wpN9SLGEHcUZjJvZFL61doqyTTsLKrhtOLmF2fY/s1600/PISO+3+QUARTO+313.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBY-aih0cNsBRecRcPywb8LmnASzTwV9xkSYQO244QVNCobc-8kwg0FrZxCp0JP9K41FKWhMG91lGb1W4WahQ1_GCx8WnHS_kN-HI-wpN9SLGEHcUZjJvZFL61doqyTTsLKrhtOLmF2fY/s1600/PISO+3+QUARTO+313.jpg" height="200" width="131" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-hyphenate: auto; mso-layout-grid-align: none; mso-line-height-alt: 12.05pt; mso-vertical-align-alt: auto; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><span lang="PT" style="font-size: 14pt;">PISO 3<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-hyphenate: auto; mso-layout-grid-align: none; mso-line-height-alt: 12.05pt; mso-vertical-align-alt: auto; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><span lang="PT" style="font-size: 14pt;">QUARTO <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-hyphenate: auto; mso-layout-grid-align: none; mso-line-height-alt: 12.05pt; mso-vertical-align-alt: auto; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><span lang="PT" style="font-size: 14pt;">313<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.05pt; mso-hyphenate: auto; mso-layout-grid-align: none; mso-vertical-align-alt: auto; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><span lang="PT" style="font-size: 12pt;">Fernando Correia<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.05pt; mso-hyphenate: auto; mso-layout-grid-align: none; mso-vertical-align-alt: auto; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span lang="PT" style="font-family: Calibri; font-size: 12pt;"><a href="http://www.guerraepaz.net/conteudo.aspx?lang=pt&id_object=8344&name=PISO-3,-QUARTO-313">Guerra e Paz</a><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.05pt; mso-hyphenate: auto; mso-layout-grid-align: none; mso-vertical-align-alt: auto; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; mso-layout-grid-align: none; mso-vertical-align-alt: auto; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Apetece-me
dizer que este é mais um livro que não devia ter sido escrito. E no entanto é
um livro admiravelmente escrito por um grande amigo. Mas para que não tivesse
sido escrito era necessário que ele não sofresse, que neste nosso mundo não
existissem dores e que tudo fosse perfeito, não existindo doenças como aquela
que atingiu sua mulher, para as quais se aguarda uma cura que tarda <st1:personname productid="em aparecer. E" w:st="on"><st1:city productid="em aparecer. E" w:st="on">em aparecer. E</st1:city></st1:personname> assim, como aliás tem
sido dito e escrito, houve a coragem de o escrever e, sendo um livro nascido da
dor, pode transmitir algum consolo e felicidade. Fernando Correia, meu
companheiro de tantos anos, a voz da Rádio Portuguesa que toda a gente conhece,
o talentoso homem do desporto e da Televisão, cujos relatos e comentários dos
acontecimentos desportivos são ouvidos por muitos milhares de pessoas que,
antes de o saberem, nestes dias mais recentes, não imaginavam o que se escondia
há já alguns anos na sua vida íntima, perante o terrível Alzheimer que atinge a sua
mulher, teve também a coragem de nos revelar neste livro a sua dolorosa
experiência num confessado intuito de ajudar todos os que se confrontam com
esta doença nos seus familiares mas também preparando aqueles que ainda não
conhecem os seus efeitos. Afinal, contrariamente aos meus desejos, este livro
tinha mesmo de existir. Que Fernando Correia era, para além de homem do
desporto, um notável escritor com obras de carácter desportivo mas igualmente
ensaios, biografias, contos, etc. num total de mais de três dezenas de títulos,
já alguns de nós sabíamos. Outros eventualmente, mais longe da literatura e
seus autores, não lhe conheciam tais qualidades. E é com essa qualidade de
primoroso escritor que ele consegue dar-nos agora, rompendo contra a anterior
reserva, autorizado que foi pela restante e numerosa família, uma obra ímpar
mais do que necessária pela ajuda que certamente vai trazer a muitos leitores.
Criterioso nos mais pequenos pormenores, ele relata os momentos vividos com
Vera, sua mulher, desde que se começou a notar que alguma coisa de anormal
acontecia, os desvios de atenção, a falta de memória, os gestos e palavras
destituídos do momento em que se davam e portanto despropositados, depois as
insónias, as irritações e zangas inesperadas, mais tarde aquele olhar para o
vazio e a tudo vamos assistindo com o seu relato informal mas exacto. Depois as
visitas aos médicos, o inevitável internamento para a tentativa da recuperação
cognitiva, quando o mundo de Vera já não era o nosso nem o de Fernando, nem o
das filhas. Ela vivia numa outra onda sem poder sentir o mundo à sua volta. Mas
a recuperação como em tantos outros casos teve o desfecho que ele apesar de
tudo não esperava. Nem Vera talvez. Nada se conseguiu. E portanto só era
possível o internamento naquele “Quarto <st1:metricconverter productid="313”" w:st="on"><st1:state productid="313”" w:st="on">313”</st1:state></st1:metricconverter>
do Piso 3. E aí temos então, desde esse momento até hoje todo o desenrolar do
que são os dias intermináveis de Vera, passando pela necessidade de continuar a
conviver com um dispositivo especial para se alimentar pois tinha perdido a
vontade natural de o fazer. Mais tarde, num acesso de raiva ou desespero, viria
a revolta de o arrancar e curiosamente, depois do recobro da anestesia para lhe
ser colocado um novo dispositivo, acordou com fome e murmurou “comida”. Que
alegria para Fernando e toda a família que tentavam festejar ali na Casa de
Saúde o dia dos seus anos! Ele correu ao bar, comprou a sanduíche de queijo que
ela acabaria por comer pela sua própria mão. Diz o poeta, algures, que “a vida
é feita destes pequenos nadas”. Noutro contexto, claro, Fernando Correia vive
estes pequenos nadas de um regresso de Vera. E são muitos os que nos vai
contando neste livro maravilhoso, confessando a importância que isso tem não só
para ele e para as filhas, como também – quem sabe – para a própria Vera. Ele
vive sempre na esperança de que algo virá a acontecer. E para isso, é
necessário transmitir essa mesma esperança aos doentes de Alzheimer, mesmo que
pareça que não nos compreendem, que não nos reconhecem e nada nos digam,
murmurando simples monossílabos que são talvez as suas palavras naquele mundo
estranho onde não conseguimos entrar. Para além da experiência e da dolorosa
história do autor, no confronto com a realidade da terrível doença que atinge a
sua mulher, encontramos toda uma série de informações que ele foi recolhendo na
tentativa de saber mais e mais sobre possíveis causas, meios de atenuar os
sofrimentos vividos pelos doentes, as investigações em curso para alcançar a
cura num futuro que se deseja para amanhã, não perdendo nunca a esperança de que
chegue a tempo para os que dela precisam já hoje. É portanto também um livro de
grande utilidade para os que estejam a viver esse drama de acompanhar alguém
com a doença ou preparando-nos para a eventualidade, até ao momento de causa
inexplicável, de que o mesmo venha a acontecer. Uma coisa nos ensina, se é que
para muitos é necessário lembrar, sabemos muito pouco sobre a maneira como
funciona o cérebro humano. Embora atingido por uma qualquer grave afecção que
impede por exemplo a comunicação normal com quem contacta, não deixa de
pertencer a um ser, nosso semelhante, que está vivo e necessita da nossa
presença e do nosso auxílio. E isso aprendemos se ainda o não sabíamos. Muito
do que Fernando Correia admirou e amou em Vera continua nela. Relendo algo das
palavras do Professor Manuel Sérgio no prefácio, este livro é uma preciosidade
para as “famílias que tenham, no seu seio, um doente de patologia igual ou
semelhante”. Fernando Correia, o jornalista e escritor que o país inteiro
admira e aplaude, escreveu-o num acto que não só o liberta de pequenos erros
que então julga ter cometido (e quem o poderá julgar?), para que não se
repitam, para que melhor se possam acompanhar os doentes de Alzheimer, fazendo
o que agora faz juntamente com as filhas e mesmo com os pequenos netos, mas
também porque é um homem extremamente generoso, como aliás sempre o conhecemos
na vida profissional que tivemos lado a lado. Importante também é a esperança
que nunca o abandona de que a solução chegará um dia. E então voltarão os dois
a sorrir. No final do seu livro, acompanhando um poema de Ary dos Santos, amigo
comum, e também numa espécie de premonição ao drama que hoje vivem, ele diz:
“Estou aqui, Vera. A sorrir para ti”. E eu, meu grande amigo, fazendo uma
excepção ao que é habitual escrever aqui digo também: Obrigado Fernando. Esse
dia há-de chegar!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; mso-layout-grid-align: none; mso-vertical-align-alt: auto; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"> <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; mso-layout-grid-align: none; mso-vertical-align-alt: auto; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Para
ler um excerto desta obra clique <a href="http://excertos-aplg.blogspot.com/2015/04/piso-3-quarto-313-fernando-correia_33.html">aqui</a><o:p></o:p></span></div>
Gil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7728266227458674921.post-83127292761301318742015-04-06T23:39:00.000+01:002015-04-07T16:47:58.328+01:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglZDxdkn4FU2fJUvizB0hrgq_cweYf9PDiyyCUkH5MqxTo9ExO_cd9LZL6zqm3m4iz7FwXNgzoUImAbbiE8wA2RvtWQ-scWdNZHtU7k0ooIARhygnu_2tkpnKggCvvwZI4R1sGWGlwaCw/s1600/O+JORNALZINHO.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglZDxdkn4FU2fJUvizB0hrgq_cweYf9PDiyyCUkH5MqxTo9ExO_cd9LZL6zqm3m4iz7FwXNgzoUImAbbiE8wA2RvtWQ-scWdNZHtU7k0ooIARhygnu_2tkpnKggCvvwZI4R1sGWGlwaCw/s1600/O+JORNALZINHO.jpg" height="200" width="137" /></a></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
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<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<b><span lang="PT" style="font-size: 18pt;">DA RUA</span></b><span lang="PT" style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<b><span lang="PT" style="font-size: 18pt;">DOS CALAFATES</span></b><span lang="PT" style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<b><span lang="PT">Pedro Foyos</span></b><span lang="PT" style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<i><span lang="PT"><a href="http://som-da-tinta.blogspot.pt/">Prelo</a></span></i><span lang="PT" style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-line-height-alt: 11.0pt; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT">Este “Grande
Jornalzinho” é o “Diário de Notícias”. E nasceu na Rua dos Calafates. O livro é
a história dos seus primeiros anos desde que aquela folhinha, saiu à rua a 29
de Dezembro de 1864, composta por alguns dos mais ilustres tipógrafos daquele
tempo, concretizando o sonho do seu director Eduardo Coelho. Foi precisamente
há 150 anos. Comprometia-se então, como aliás estava escrito numa pequena
coluna, curiosamente à esquerda, e dirigida “Ao público”, a<span class="apple-converted-space"> </span><i>“interessar a todas as classes, ser
acessível a todas as bolsas e comprehensível a todas as intelligências”</i><span class="apple-converted-space"> </span>e mais adiante afirmando concisamente
como aliás também prometia ser<span class="apple-converted-space"> </span><i>“um
jornal de todos e para todos”</i>. Livro profusamente ilustrado, com
reproduções e desenhos que ilustravam nesse tempo alguns dos artigos antes de,
a seu tempo, virem a ser substituídos pelas primeiras fotografias dos
repórteres. E depois a mudança para o edifício da Av. da Liberdade,
curiosamente após ter sido dado o nome de Rua do Diário de Notícias à Rua dos
Calafates<span class="apple-converted-space"> </span><st1:personname productid="em pleno Bairro" w:st="on"><st1:personname productid="em pleno Bairro Alto." w:st="on"><st1:personname productid="em pleno Bairro" w:st="on">em
pleno Bairro</st1:personname><span class="apple-converted-space"></span></st1:personname> </st1:personname></span>Alto.<span class="apple-converted-space"> </span>Enfim, um olhar
criterioso, profundo, histórico, rico de imagens e factos para relembrar ou dar
a conhecer a muitos dos que nas últimas décadas não se dariam conta do que foi
essa jornada tão cheia de grandes personalidades da literatura e da arte desse
tempo que podemos agora acompanhar com todo o pormenor. E quem melhor do que um
homem como Pedro Foyos, grande jornalista com uma notável carreira
profissional, tendo integrado a chefia da Redacção do "Diário de Notícias", após catorze anos como redactor do "República" (único diário de oposição à Ditadura, dirigido pelo democrata Raul Rego), escritor de várias obras, não só da historiografia da
imprensa como também de ficção, director de várias revistas periódicas,
nomeadamente de fotografia, para nos dar esta “obra deliciosa e didáctica” nas
palavras de Ernesto Rodrigues, “magnífico e tão necessário relato para a nossa
memória colectiva”, segundo a jornalista e escritora Edite Esteves? Arriscamos
dizer que, tal como está delineado, o rigor e a forma como nos descreve no
essencial dos pormenores, na identificação de lugares e de grandes personagens
que se cruzaram na intensa vida deste grande jornal diário que começou a ser
vendido por dez reis, uma simples moeda daquele tempo, e que, tal foi o
interesse com que foi recebido, quase duplicava a sua tiragem dos primeiros
5.000 exemplares para os 9.600 ao fim de um ano, não conhecemos ninguém que
igualasse esta proeza jornalística. O autor descreve o ambiente que rodeava o
aparecimento do “Grande Jornalzinho”, como foi designado pelo escritor Bulhão
Pato. </div>
</div>
<div class="separator" style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-line-height-alt: 11.0pt; text-align: center;">
<span lang="PT" style="font-size: 13.5pt;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlE6nHEpbtV46nBMTsQ7k0dC4_zuNtQIXiGvKJTe2E49p8vBK02cmxSbDZNBrwJNUaKQVG1KEPo7F6E9ssU-WZwbPcvxxhtb1rtp_ix06ECHief8MCskA1J2u9fX1rkfQu16UiQx180pw/s1600/O+JORNALZINHO+NR+1.jpg" imageanchor="1" style="float: left;"></a><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-line-height-alt: 11.0pt; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT">Não esqueçamos
que se vivia a Monarquia com o Rei Dom Luiz, só uma minoria de vinte por cento
da população urbana estava alfabetizada mas para esses a compra daquela nova
publicação diária, se bem que a sua compra constituísse um acto de certo modo
social, era também o acesso ao prometido mundo cultural que se anunciara no
acto inaugural e ao relativo conhecimento da actualidade dentro e fora do país,
pois apenas uma década passada e aparece pela primeira vez e na primeira página
um mapa do Theatro da Guerra Russo-Turca. Aparece o verdadeiro jornalismo
gráfico com as primeiras reportagens ilustradas por meio de desenhos. E esse
foi um esforço conseguido pelos responsáveis da redacção e seus colaboradores.
A leitura desta obra, acompanhada pelas ilustrações desse tempo e depois as
fotografias passadas a desenho, mais tarde à sua própria impressão marcando a
chegada dos repórteres fotográficos ao mundo da imprensa diária, torna-se uma
viagem fascinante que acompanhamos com redobrado interesse. Quase conseguimos
assistir, em directo, ao que aconteceu na redacção do jornal quando, já fechada
a primeira página, a notícia do regicídio lança um verdadeiro alvoroço entre
jornalistas e tipógrafos (não esquecer que se vivia ainda na época das letras
de chumbo alinhadas cuidadosamente para se proceder à impressão gráfica). Mas o
jornalzinho acabou por sair à rua ostentando no cabeçalho o “Gravíssimo
attentado contra a família real”. Recorda-se a criação dos jornais infantis
lançados pela administração. Pessoalmente, vou recordando um pouco da minha
infância. Mas não só. Algo me liga também a esse tempo, até porque o director
do “Cavaleiro Andante”, o escritor e poeta Adolfo Simões Muller, é de certo
modo meu familiar. Vamos assistir também à aparição do ardina na cidade, os
rapazes que distribuíam os jornais, correndo pelas ruas, subindo às encostas, a
todos levando as últimas notícias. Pedro Foyos reserva também algumas
riquíssimas páginas para nos dar, desde 1865 com o “Assassinato do Presidente
Lincoln” a 1933 quando a “Fina Flor da Sociedade Portuguesa vem de longe para
visitar a Feira do Campo Grande em Lisboa”, uma série de pequenas e grandes
notícias que talvez estivessem perdidas no tempo se não estivessem agora aqui
reproduzidas, todas elas acompanhadas das respectivas ilustrações desse
tempo, assim como do seu descritivo temporal feito agora pelo
autor. E isso também faz deste livro um documento valioso para a história
do Jornalismo <st1:personname productid="em Portugal. Mas" w:st="on">em
Portugal. Mas</st1:personname> a pérola, ou - como é costume dizer-se - a
cereja no cimo do bolo, ainda fica reservada para o final, onde podemos ler uma
curiosa entrevista póstuma a Eduardo Coelho, cofundador e primeiro director do
“Diário de Notícias”, da autoria de Maria Augusta Silva, jornalista e escritora
de reconhecidos méritos, esposa de Pedro Foyos, resultando de uma proposta
feita em 1984 ao director Mário Mesquita e que a insigne jornalista consegue
dar-nos, após pesquisa e consulta a inúmeros textos do primeiro director do
Jornalzinho, neles se baseando para ser, ao invés do habitual, conduzida às
perguntas que lhe deveria fazer. Espero ter conseguido demonstrar, com a minha
humilde análise a esta obra, o interesse que ela representa no panorama
literário português, o seu valor e quanto merece ser lida e apreciada.</span><span lang="PT" style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
<br />
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span lang="PT">Para ler um excerto desta obra clique<span class="apple-converted-space"> </span><i><a href="http://excertos-aplg.blogspot.com/2015/04/o-grande-jornalzinho-da-rua-dos_6.html">aqui</a></i></span></div>
<!-- Blogger automated replacement: "https://images-blogger-opensocial.googleusercontent.com/gadgets/proxy?url=http%3A%2F%2F1.bp.blogspot.com%2F-FeSYgvleugI%2FVSGLLFyt8GI%2FAAAAAAAAAnA%2FVqN6MiKQ4Oo%2Fs1600%2FO%252BJORNALZINHO.jpg&container=blogger&gadget=a&rewriteMime=image%2F*" with "https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgW7wOiYuKp3UmFz_0JQUNNEofvTi0TDH-ungY9DqS1VOfryv1maz40lNiLrmEccZB3_LKdBgHzUFgdE0IZMtFo9iHwjgGiBbxC1_44W8l5kiskeXWH0otKw35tPvmCf26iTX5auUWCNA/s1600/O+JORNALZINHO.jpg" -->Gil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7728266227458674921.post-43690821602448688422015-03-26T00:15:00.000+00:002015-04-30T21:20:41.469+01:00<div class="MsoNormal">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTg9eYQ5q-SMBpu6EI2mVw_oYOFzEuox-ZrtckhppO_8l1HgIjoGGVajF3bOrtScjwi10d0hYhquiBMiG4znSU6ei3AAw4QHL81LYl96a1sHKinDVDu3sM1qjwhB4CRXhyphenhyphenRkH2nMazKio/s1600/segundo+sexo_capa.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTg9eYQ5q-SMBpu6EI2mVw_oYOFzEuox-ZrtckhppO_8l1HgIjoGGVajF3bOrtScjwi10d0hYhquiBMiG4znSU6ei3AAw4QHL81LYl96a1sHKinDVDu3sM1qjwhB4CRXhyphenhyphenRkH2nMazKio/s1600/segundo+sexo_capa.jpg" height="200" width="128" /></a><b><span lang="PT" style="font-size: 14.0pt;">SIMONE DE BEAUVOIR</span></b><br />
<b><span lang="PT">O SEGUNDO SEXO</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span lang="PT"><span style="color: black;"><a href="http://www.quetzaleditores.pt/livros/ficha?id=16036407" target="_blank"><b>Quetzal Editores</b></a></span><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">A reedição em Portugal
daquele que é talvez, para muitos de nós, o mais famoso livro de Simone de
Beauvoir, continua a ser a prova indiscutível da necessidade de dar a conhecer
ou relembrar no mundo actual os princípios de igualdade de género e
solidariedade que a autora sempre defendeu e que constituíram o seu universo
filosófico. Para aqueles que como eu recordamos os dias que marcaram o
desenrolar dos movimentos de Maio de 68, nos quais os jovens reclamavam a
igualdade como direito universal, têm presente a sua intervenção nessas
manifestações, juntamente com Sartre, ambos lutando sempre por aquilo que eram
as suas convicções mais prementes, um mundo onde o indivíduo não seja apenas um
número mas onde todos possam ser activos intervenientes na história colectiva.
E não é por acaso que trazemos aqui Sartre. É que a vida amorosa que ambos
tiveram não os obrigava a qualquer submissão de qualquer das partes e muito
menos da mulher em face do homem. Coerente com o seu pensamento, Simone vivia
aquilo que defendia e que expressa com veemência nesta obra agora reeditada. Ela
não deseja ser apenas o ”outro”, como os homens consideraram a mulher ao longo
de toda a história, como se houvesse e de facto assim acontecia na prática um
ser diferente, provavelmente ao qual eram atribuídas funções que eles não
queriam desempenhar nem podiam, assim julgavam. Simone defende que esse outro
existe mas apenas se justificar o ser autónomo com a condição feminina. Esta
errada condição feminina não é, não pode ser, como era considerada, referente
apenas à natureza biológica da mulher, até aí imposta pela sociedade, mas muito
mais do que isso, a nota autónoma da diferença que pode caracterizar uma
classe. Simone era de facto na sua vida privada, na vida amorosa, na actividade
literária que não se cansava de exercer, em livros e revistas várias, o
verdadeiro ícone do feminismo e que ainda perdura nos dias de hoje, onde apesar
do muito que a mulher já alcançou nos últimos anos, a igualdade plena no que
diz respeito aos poderes que lhe possam ser conferidos na sociedade ainda não
foi alcançada. E por isso, esta reedição da sua obra máxima, “o Segundo Sexo”,
se tornará certamente num êxito que não pode passar despercebido às gerações
actuais. A destruição dos mitos que foram criados, das concepções mas também
dos erros defendidos até por nomes famosos da literatura mundial, os princípios
filosóficos mas também a psicanálise, o que pode significar realmente a mulher,
o que ela é e pode representar nas sociedades modernas, mas que na maior parte
dos casos ainda não alcançou, tudo isso ali está. Acompanhamos todo o caminho
percorrido pela condição feminina desde o Antigo Egipto, Atenas ou Roma, até à
Idade Média onde a mulher conservou ainda alguns privilégios, a dicotomia do
cristianismo, a chegada do Renascimento, a Idade Moderna ou a simples
conquista do direito de voto e os primeiros movimentos feministas soviéticos. O percurso, ao longo de todas essas épocas e etapas, vivido pela chamada condição feminina é descrito e estudado minuciosamente.<b> </b>Ela que até escreve no início desta
sua obra ter hesitado “<i>muito tempo em
escrever um livro sobre a mulher. O tema é irritante, principalmente para as
mulheres. E não é novo.</i>” conseguiu fazer uma análise histórica e filosófica
da presença da mulher em toda a série de actividades que desempenhou ou a
fizeram desempenhar mas sempre com carácter de subalternidade e não na
igualdade de poderes e direitos pela qual lutará até aos seus últimos dias. </span><br />
<span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">Desmontando o mito milenar do "eterno feminino", uma frase estabelece uma ruptura
irreversível: <i>"Ninguém nasce mulher,
torna-se mulher".</i> A dualidade dos sexos nunca deveria ter levado a que
o homem saísse sempre o vencedor sobre a mulher. Simone de Beauvoir e a sua
obra muito contribuíram, a par de outras corajosas personalidades, para que
este estado de coisas tenha melhorado mas a plenitude da sua razão ainda não
foi alcançada. E por isso existem uma série de movimentos feministas, um pouco
por todo o lado, até nos países mais radicais do extremo oriente onde a luta
prossegue mas onde uma jovem de 17 anos, a paquistanesa Malala Yousafzai,
defendendo, entre outros direitos, precisamente os da educação das jovens
meninas, lutando até às mais atrozes consequências, consegue obter o Prémio
Nobel da Paz em 2014. Todos julgamos e desejamos que esteja em vias de</span><span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;"> se formar uma
nova concepção da sociedade baseada na democracia plena, uma aliança do
socialismo e da liberdade. Porque socialismo e liberdade são inseparáveis.</span><span lang="PT"> </span><span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">E como diz Simone “ uma volta ao passado não é mais
possível nem desejável. O que se deve esperar é que, por seu lado, os homens
assumam sem reserva a situação que se vem criando; somente então a mulher
poderá viver sem tragédia. Então poderá ver-se realizado o voto de Laforgue:
"Ó moças, quando sereis nossos irmãos, nossos irmãos íntimos sem segunda
intenção de exploração? Quando nos daremos o verdadeiro aperto de mãos?"
(…) "Então ela será plenamente um ser humano (e citando Arthur Rimbaud)
"quando se quebrar a escravidão infinita da mulher, quando ela viver por
ela e para ela, o homem — até hoje abominável — tendo-lhe dado a alforria
".<o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-size: 12pt; line-height: 150%; text-align: justify;">Para ler um excerto desta obra clique
</span><i style="font-size: 12pt; line-height: 150%; text-align: justify;"><a href="http://excertos-aplg.blogspot.pt/2015/03/o-segundo-sexo-simone-de-beauvoir-se.html">aqui</a></i>Gil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7728266227458674921.post-89446599832405096562015-03-24T21:14:00.000+00:002015-06-19T01:33:11.144+01:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhu9VARXGAkyKjds7NCVr5zY5AyTLFst9LWmbDmL6y6ODFv2vG6VSLdkanQf-nsV69GnORxe0uHs17pDYz9TCsfoKa2vqqNatIGCenzBJyBx5sTGtVeF5oYIIhBSeKVIGX0e-IpSF9A5ns/s1600/simone+de+beuvoir_+mal+entendido.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhu9VARXGAkyKjds7NCVr5zY5AyTLFst9LWmbDmL6y6ODFv2vG6VSLdkanQf-nsV69GnORxe0uHs17pDYz9TCsfoKa2vqqNatIGCenzBJyBx5sTGtVeF5oYIIhBSeKVIGX0e-IpSF9A5ns/s1600/simone+de+beuvoir_+mal+entendido.jpg" width="126" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span lang="PT"><span style="font-size: large;">SIMONE DE BEAUVOIR</span><span style="font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span lang="PT">MAL-ENTENDIDO EM MOSCOVO<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><i><span lang="PT"><a href="http://www.quetzaleditores.pt/livros/ficha/mal-entendido-em-moscovo?id=16036408" target="_blank">Quetzal Editores</a></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Com a reedição de “O Segundo Sexo” a
editora lançou também uma célebre novela de Simone de Beauvoir que esteve para
fazer parte da sua colectânea <st1:personname productid="La Femme Rompue" w:st="on"><st1:personname productid="La Femme" w:st="on"><i>La Femme</i></st1:personname><i>
Rompue</i></st1:personname> (<i>A mulher
destruída</i>, em português) mas tal não aconteceu e de facto, escrita quase
vinte anos depois da edição em França da sua grande obra, esta pequena novela ajuda-nos
eventualmente a perceber melhor como vivia esta grande escritora, completamente
de acordo (como aliás era de esperar) com as ideias e pensamentos que defendia.
Mal-entendido em Moscovo conta-nos alguns momentos, ou melhor alguns dias,
vividos por um casal de professores reformados, atravessando aquele período de
crise habitual dos muitos anos passados <st1:personname productid="em conjunto. Mas" w:st="on">em conjunto. Mas</st1:personname> após
as primeiras páginas da sua leitura facilmente depreendemos que ele, André, o
marido, é nem mais nem menos que Jean Paul Sartre e ela, Nicole, é Simone de
Beauvoir. Portanto o desenrolar das diversas situações, numa viagem à União
Soviética, são verdadeiros retratos autobiográficos. E, sem querer sentir algum
pecadilho por entrar na intimidade da vida do casal, o que aliás Simone
certamente, ao escrevê-la, teve a plena consciência de que o estava a permitir,
esta sua novela, riquíssima de diálogos que nos transmitem efusivamente a
maneira de pensar dessas duas grandes figuras, dá-nos a sensação de estarmos
ali a viver com eles, o encontro e o desencontro por palavras ditas ou apenas
pensadas por cada um. Em Moscovo eles têm consigo a presença de Macha que seria
a filha do primeiro casamento de André (Sartre teve várias ligações
nomeadamente com jovens soviéticas não sendo oficialmente garantido que delas
tivesse filhos). Mas na novela, a existência de Macha serve para entre os dois
elementos do casal se instalar o possível ciúme que aliás parece ter sido mais
verídico no caso de Sartre do que de Simone. Nicole também teria – na novela –
um filho chamado Philip que ficara <st1:personname productid="em Paris. Um" w:st="on">em Paris. Um</st1:personname> e outro caso irão ser aproveitados na
novela para a defesa ou ataque, género André: “…nunca pensei que ela te
aborrecia.”. Nicole: “mas é uma terceira pessoa entre nós”. André: “É o que
muitas vezes penso quando trazes o Philip para passar o fim-de-semana
connosco.” Um exemplo apenas do muito que se passa neste Mal-entendido <st1:personname productid="em Moscovo. E" w:st="on">em Moscovo. E</st1:personname> também a
desilusão de um e do outro face às diferenças notadas com o que teria sido em
viagens anteriores e esta de agora à então União Soviética, o que de facto também
é auto-biográfico, embora mais de Simone do que de Sartre. Aliás esta óptima
novela prende-nos de tal forma que só paramos no final. Por isso – e não só –
ela aqui está como merece e porque tanto significa do pensamento e vivência da
autora. Bem merece este lugar no meu Amor pelos Livros, ela, Simone de Beauvoir,
que confessava “ter uma paixão violenta pelos livros”. Voltaremos, assim o
creio, a tê-la aqui na esperada reedição de outra obras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="font-size: 12.0pt;">Para ler um excerto
desta obra clique <a href="http://excertos-aplg.blogspot.com/2015/03/simone-de-beauvoir-mal-entendido-em.html">aqui </a><o:p></o:p></span></div>
Gil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7728266227458674921.post-62413784853943307272015-02-10T23:53:00.000+00:002015-03-26T00:42:25.604+00:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho4eFINAqR2T3LWrWx9bVmhYWVxk9O7WUEat20Dpkeb-miuetLm9tDvapOjX7wZNTynY6N59U5gSMzCICsl2Ud3Lk9OD2rcTGo5gm889fiMy11Ad-VqNuX_7giKZ75ylfUad7T_tPvlYg/s1600/A+TEORIA+DE+TUDO_CAPA.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho4eFINAqR2T3LWrWx9bVmhYWVxk9O7WUEat20Dpkeb-miuetLm9tDvapOjX7wZNTynY6N59U5gSMzCICsl2Ud3Lk9OD2rcTGo5gm889fiMy11Ad-VqNuX_7giKZ75ylfUad7T_tPvlYg/s1600/A+TEORIA+DE+TUDO_CAPA.jpg" height="200" width="128" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><b><span style="font-size: large;">A TEORIA DE TUDO</span><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span lang="PT" style="font-size: 12.0pt;">Stephen Hawking<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span lang="PT" style="font-size: 12.0pt;"><i><a href="https://www.gradiva.pt/?q=C/BOOKSSHOW/2601" target="_blank">Gradiva Ed.</a></i><o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 12pt; line-height: 150%;">No momento em que se exibe em todo o mundo o filme que esteve
nomeado para os Óscars, com o mesmo nome, será perfeitamente normal que os
espectadores recorram à leitura da sua
famosa obra para melhor conhecerem como aquele que é considerado um dos maiores
cientistas da actualidade, o maior físico teórico desde Einstein, revela ao
mundo a sua Teoria de Tudo. Conhecida a sua vida difícil mas corajosa, lutando
contra uma doença que desde a juventude lhe foi destruindo progressivamente
todos os músculos do corpo, deixando-o fisicamente inoperante, apenas conservando
a prodigiosa capacidade da sua mente brilhante, é quase irónico que tenha dado
ao mundo o conhecimento de todas as leis que regulam o universo. Ultrapassando
tudo o que até então tinha sido defendido e afirmado pelos seus antecessores no
domínio da astrofísica e mesmo dos seus pares na física teórica, Stephen
Hawking conseguiu chegar a conclusões sobre as origens do universo que abalaram
grande parte do mundo científico. E o mais espantoso neste seu livro é
conseguir explicar teorias tão complexas com exemplos simples, alguns retirados
da nossa vida quotidiana. Aliás a divulgação da ciência sempre foi considerada
por ele com a preocupação de poder ser compreendida não apenas pelos cientistas
mas pelo público em geral, mesmo por aqueles que apenas tenham o mínimo das
noções eventualmente adquiridas durante a sua formação ou na simples leitura de
alguns textos de divulgação científica. Este seu livro, editado entre nós em
2010, mas de novo com grande procura no mercado, em parte pelo sucesso obtido
pelo filme da sua biografia e o Óscar com que foi galardoado o actor que
desempenha o difícil papel do cientista, Stephen Hawking apresenta-nos uma
série de 7 capítulos que denomina lições onde, conforme nos diz, “tenta resumir
o que pensamos ser a história do universo, do Big Bang aos buracos negros”. Mas
recorda-nos igualmente o que pensavam Aristóteles já em <st1:metricconverter productid="340 a" w:st="on">340 a</st1:metricconverter>.C. e depois Ptolomeu,
Copérnico, Galileu, Kepler, Newton e mais recentemente Hubble. Naturalmente
diferentes e de acordo o que era conhecido em diversas etapas da nossa
civilização, vamos acompanhando o que foram os seus estudos e investigações
sobre a Terra e o espaço que nos rodeia, tudo aquilo que ficou para a história
como uma espécie de caminho para a descoberta e compreensão do Universo, de que
somos apenas uma pequeníssima parte. O problema principal que nos mais recentes
séculos se colocava era a questão do início do Universo. Mas também do nosso lugar
nele e de tudo o que existe muito para além do que observamos quando em
determinados momentos olhamos para aquilo a que resolvemos chamar céu. Se nos
interrogamos sobre o modo como tudo começou, também estamos interessados em
saber para onde caminhamos. Stephen Hawking dá-nos uma visão muito precisa e
que facilmente absorvemos de toda a série de observações que foram feitas e dos
fenómenos detectados, mas também das consequentes interpretações feitas pelos
diversos cientistas ao mesmo tempo que se desenvolviam motivações da parte das
mais variadas religiões. Para estas, tudo era mais facilmente explicado pela
existência de um ser superior ou criador e o problema estava resolvido. Mas a
ciência, baseada na observação directa que hoje é possível com os instrumentos
mais sofisticados e no desenvolvimento proporcionado pelas mais que provadas
leis da física moderna e da matemática aplicada, foi progressivamente
apresentando uma série de teorias para conseguir explicar como se processou a
formação do universo, a sua expansão e o caminho que conduzirá ao seu destino. É
toda essa série de teorias parciais que Hawking nos vai explicando ao longo das
páginas deste livro, na tentativa de ser encontrada uma teoria unificada. Esse
foi também um trabalho sem sucesso tentado por Einstein mas nesse tempo
faltavam ainda certos conhecimentos que só ultimamente têm vindo a ser
descobertos. Stephen Hawking consegue revelar-nos com pormenor o estado actual
do caminho para encontrar a Teoria de Tudo. No final da leitura desta sua obra
saberemos qual a situação actual e aos leitores será dada a conclusão.
Estaremos ou não a caminho de uma Teoria de Tudo? O autor considera que a
partir do momento em que for descoberta uma teoria completa todos seremos
capazes de a perceber na sua generalidade e participar na discussão das razões
porque o universo existe. E se descobrirmos a resposta, teremos obtido o
triunfo máximo da razão humana. Porque então – afirma Hawking – conheceremos a
mente de Deus. São muitos os que dizem que isto pode parecer um paradoxo vindo
de um ateísta confesso, como é do conhecimento público. Sendo um dos maiores
cientistas da actualidade que tornou a astrofísica acessível a todo o público é
igualmente paradoxal e irónico que tudo aquilo que pensa e descobre esteja
alojado no interior de um cérebro que pertence a um corpo aprisionado numa
cadeira de rodas mas comunica connosco através de um computador que recebe o
sinal enviado por um sensor colocado nos óculos que por sua vez reconhece um
pequeníssimo movimento no seu olhar. E foi aliás ele próprio que o concebeu
para depois ser montado pela Intel e assim,
apesar da sua debilidade física, ocupou até há pouco tempo a cátedra de
Isaac Newton da Universidade de Cambridge, sendo actualmente Director do Departamento
de Matemática Aplicada e Física Teórica. Trabalhos, livros e conferências são
conseguidos desta forma que, parecendo simples, é ao mesmo tempo
extraordinária, tal como a sua mente prodigiosa que nos permite ler obras como
esta que aqui deixamos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho4eFINAqR2T3LWrWx9bVmhYWVxk9O7WUEat20Dpkeb-miuetLm9tDvapOjX7wZNTynY6N59U5gSMzCICsl2Ud3Lk9OD2rcTGo5gm889fiMy11Ad-VqNuX_7giKZ75ylfUad7T_tPvlYg/s1600/A+TEORIA+DE+TUDO_CAPA.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><br /></a><span lang="PT" style="font-size: 12pt;">Para ler um excerto desta obra clique <i><a href="http://excertos-aplg.blogspot.pt/2015/03/a-teoria-de-tudo-stephen-hawking-o-do.html">aqui</a></i><b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span lang="PT" style="font-size: 12.0pt;">Nota do autor deste site: Já
depois desta obra, Stephen Hawking escreveu juntamente com Leonard Mlodinow
outra mais recente (2010) ainda não editada em Portugal. “The Great Design” (O
Grande Desígnio) é de novo uma tentativa para esclarecer as dúvidas que ainda
subsistem. Uma história apenas do Universo ou várias histórias do que convivem
em simultâneo? Já o lemos mas esperemos pela edição em português para o colocar
aqui.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Gil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7728266227458674921.post-8829933359710152772015-02-04T21:52:00.001+00:002015-03-26T00:34:47.099+00:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibemRq6qXQeaGxR6E4VlQB-JzG8FI9f6OYrDPn0nfTNVOcYgTtbuMyxiEG3VDZ26tv0y0a3Esr6qfDPcdg37XtF3yOmjBtkHDDvesg5JWw4SedLN0VyRt1wDGwniRfvCwpQZLcuuZgOvc/s1600/AUSCHWITZ+CAPA.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibemRq6qXQeaGxR6E4VlQB-JzG8FI9f6OYrDPn0nfTNVOcYgTtbuMyxiEG3VDZ26tv0y0a3Esr6qfDPcdg37XtF3yOmjBtkHDDvesg5JWw4SedLN0VyRt1wDGwniRfvCwpQZLcuuZgOvc/s1600/AUSCHWITZ+CAPA.jpg" height="200" width="136" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<b><span lang="PT">AUSCHWITZ – </span></b><b><span lang="PT" style="font-size: 10.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-size: 12.0pt;">UM
DIA DE CADA VEZ<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<b><i><span lang="PT">Westher Mucznik<o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<b><i><span lang="PT"><a href="http://esferadoslivros.pt/livros.php?id_li=439" target="_blank">Esfera dos Livros</a><o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT">Auschwitz nunca mais! É este tipo de frase que apetece dizer, aliás
utilizado em diversas ocasiões quando queremos expressar o nosso desejo de que
determinados acontecimentos não se repitam. E quando neste caso, essa palavra
maldita significa um dos maiores horrores que os homens praticaram, levando ao
sofrimento e à morte de mais de um milhão de pessoas, homens, mulheres e
crianças, vivendo os seus últimos dias – se é que a isso se pode chamar viver –
sujeitos às maiores privações, desde a fome às torturas, espancamentos, sem
qualquer tipo de assistência mas muito deles fazendo parte ainda de diabólicas
experiências médicas, que os conduziam a males ainda maiores, quase duvidamos
que essa gente que originou o gigantesco holocausto, na tentativa de destruir
os que não eram da sua “raça” ariana, eliminando sobretudo judeus e ciganos,
pudesse pertencer à espécie humana. Nunca na história da humanidade se
perpetraram tais crimes, tão numerosos e com tanta violência. Os relatos que
nos chegaram, através dos sobreviventes, ao longo dos anos que se seguiram à
sua libertação, deram-nos a conhecer a forma como tais crimes eram cometidos, o
que se passava nas câmaras de gás, nos esgotantes trabalhos forçados para
ajudar a força de guerra nazi, nas casernas onde se amontoavam no total
desconforto como se de animais se tratassem, centenas de presos, muitas vezes
sem saber se estariam vivos no dia seguinte. Mas cada testemunho que nos chega,
cada história contada, cada retrato da miserabilidade a que foram sujeitos
esses muitos milhões de seres humanos é sempre algo que nos revolta ainda mais.
Se é que é possível ser maior a revolta que já sentíamos. No passado dia 27 de
Janeiro cumpriu-se mais vez o que está estabelecido para comemorar de 10 em 10
anos a libertação de Auschwitz em 1945. Foi há 70 anos portanto que o Exército
soviético entrou pelo chamado Portão da Morte para retirar os poucos
sobreviventes que ainda ali se encontravam depois dos nazis terem levado a
quase totalidade, muitos deles acabando por morrer nas marchas de retirada.
Nesta cerimónia, que contou com a presença de 11 líderes de países europeus e
delegações de mais de 40 países, assistiu-se pela televisão à forte carga
emotiva com que reagiram naturalmente os cerca de 300 sobreviventes que ali
voltaram para prestar a sua homenagem, muitos deles a familiares e amigos mas
não só, a todas as vítimas que perderam a vida naquele conjunto de campos na região
sul da Polónia. E, tal como foi salientado pelos oradores, os próximos
aniversários não contarão certamente, devido à sua avançada idade, com o número
de sobreviventes que ali estiveram desta vez. Foram as suas vozes e de outros
que já partiram que nos permitiram conhecer até que ponto foi possível tal
capacidade humana para a extrema humilhação, desprezo e genocídio de outros
seres, biologicamente seus iguais mas diferentes nas suas crenças ou religiões.
E é aqui que todos devemos centrar a nossa atenção. É necessário não esquecer,
não esquecer nunca, lembrar nas escolas e nos livros, para que passe de geração
em geração e possamos garantir com toda a certeza: Auschwitz nunca mais! Também
nós próprios desejámos trazer aqui mais um livro que saiu nestes últimos dias
precisamente nesse contexto. Para que não se esqueça. E mais uma vez, reparámos
que afinal ainda não sabíamos tudo. O que a autora, aliás já com outras obras
publicadas sobre Auschwitz, nos faz chegar em relatos não só de certo modo
reunidos pelas características do conteúdo em locais determinados mas também
cronologicamente organizados de modo a ser conseguido um historial dos factos
desde o nascimento destes campos até ao momento da libertação. Perante todo o
potencial de sofrimento e dor é também a luta pela sobrevivência, abortar a
gravidez para não morrer mãe e filho(a), até mesmo escolher entre a morte de
dois ou apenas um, praticando o crime de que mais tarde virão a sentir
remorsos. É reagir por vezes, lutando pelo que parece desnecessário face à
morte anunciada para salvar a faculdade de ser alguém, onde a cada dia em vez
de um “…preferia morrer” (…) decidir “lutar para sobreviver”. Da primeira à
última página, adquirimos uma estranha vivência de tanto sofrimento e tanta
dor, atingindo a suprema humilhação que desce ao mais imundo do carácter de
quem a perpetrou. E o que agora lemos só foi possível porque existem pessoas
como a autora, aliás com responsabilidades em vários organismos que se dedicam
a perpetuar a memória do Holocausto, que responderam ao pedido feito pelos
sobreviventes: “Não nos esqueçam!”. Não esqueceremos nunca, assim o creio. E,
se outras razões não existissem, bastaria isso para dar também este meu humilde
contributo de aqui deixar o convite para que leiam este livro de Esther
Muchznik. Como é hábito vai ser possível proporcionar ao visitante deste espaço
a leitura de alguns excertos dele. E posso afirmar que nunca me foi tão difícil
a escolha. Porque na verdade todo o livro merece ser lido. Há mais, muito mais
para ser conhecido. Bem-haja quem nos permitiu que assim fosse.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT">Para ler um excerto desta obra clique <i><a href="http://excertos-aplg.blogspot.pt/2015/02/auschwitz-umdia-de-cada-vez-westher.html">aqui</a></i> <o:p></o:p></span></div>
Gil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7728266227458674921.post-74834829721480035332014-11-22T21:45:00.000+00:002015-03-22T17:03:55.833+00:00<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCXhW-AefVNanNNvJNhqhrWMp344OR_S89VNRbNJWEF-8y04g3yftKZGlWWHADq2BnPIJyuyODYHv3w3knVhWbT95-Hlruo-hAUMlLVlF7gSmUknudz1mj8FY_7y20YV4nFypaGAhFbNI/s1600/+CHAVE+DE+SALOM%C3%83O.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCXhW-AefVNanNNvJNhqhrWMp344OR_S89VNRbNJWEF-8y04g3yftKZGlWWHADq2BnPIJyuyODYHv3w3knVhWbT95-Hlruo-hAUMlLVlF7gSmUknudz1mj8FY_7y20YV4nFypaGAhFbNI/s1600/+CHAVE+DE+SALOM%C3%83O.jpg" height="200" width="136" /></a><b><span lang="PT">A CHAVE DE SALOMÃO<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><i><span lang="PT">José Rodrigues dos
Santos<o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><i><span lang="PT"><a href="http://www.gradiva.pt/?q=C/BOOKSSHOW/7805" target="_blank">Gradiva</a><o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT">Nos seus últimos
romances José Rodrigues dos Santos tem insistido cada vez mais em incluir, para
além da inerente parte ficcional, elementos de carácter histórico ou
científico. Apesar de já ter sido atingido por alguns críticos que não apreciam
esse caminho, argumentando que uma obra científica deve sê-lo de facto, tendo
por única função a divulgação do conhecimento científico e um romance deve ter
como finalidade a construção de um argumento ou de uma história mais ou menos
ficcional ou verídica, o certo é que este autor é um record de vendas no nosso
país onde já vendeu 2 milhões de livros, situando-se também no top de vendas em
muitos outros países onde é de imediato aceite e traduzido com muitos milhares
de exemplares. Portanto, que dizer deste último onde novamente lança Tomás de
Noronha, o seu personagem criado em obras anteriores, agora suspeito de um
estranho homicídio, que terá de resolver o que significa uma mensagem e um
código, para provar que está inocente. A Chave de Salomão é um texto
pseudepigráfico onde se encontram vários desenhos geométricos de mais que
desconhecido ou discutível significado, atribuído supostamente ao Rei Salomão e
daí o pentagrama que aparece na sobrecapa do livro. José Rodrigues dos Santos
caminha no seu romance para além deste mistério, há muito indecifrável, para
muitos outros sobre os quais presentemente tem sido difícil encontrar respostas
como seja a existência da alma, o que é a consciência, para onde vamos depois
da morte ou da própria existência de Deus. Ao longo das mais de 600 páginas
(como sempre são enormes os seus livros o que pode ser bom para uns mas menos
cómodos para outros), o autor cruza constantemente o desenrolar da aventura
ficcional com as conjecturas científicas do seu personagem, entrando por
descrições de conceitos científicos que são do domínio da física quântica. Ora
é aqui que as opiniões dos críticos se dividem. Uns acham que não é um bom
livro científico pois para isso existem os cientistas que os escrevem e
apresentam. Outros consideram que isso é uma mais valia no romance de ficção pois
os leitores ficam elucidados ou melhor elucidados, embora pouco profundamente,
sobre algo que só a ciência pode explicar. Acreditamos – aliás José Rodrigues
dos Santos o afirma – que a informação científica e técnica incluída na obra é
genuína e que as teorias e hipóteses apresentadas são sustentadas por
cientistas. E confessa mesmo ter consultado várias personalidades ligadas à
física para o ajudarem, revendo os textos que ia escrevendo ou elucidando-o
sobre dúvidas em outros que iria escrever. Também o facto de terem estado na
apresentação do livro um físico e um psiquiatra são uma garantia de que aquilo
que descreve está correcto e de acordo com o que actualmente se conhece. Nós
próprios lemos há dias numa outra obra de John Brockman ( <i>Respostas da Ciência</i>) a referência de que Einstein negava a
existência da realidade como sendo alguma coisa real pois, segundo ele, “a
realidade só existe se houver um observador”. São de facto matéria estranha
para grande parte das pessoas e, tal como este caso da realidade, outros
acontecem no decorrer de “A Chave de Salomão” que os cientistas sabem mas que
nem sempre conseguem apresentar de forma bem explícita à maioria dos leitores
comuns. Vejamos uma rápida sinopse: o corpo de Frank Bellamy, director de
Tecnologia da CIA, é descoberto no CERN, em Genebra, na altura em que os
cientistas procuram o bosão de Higgs. Entre os dedos da vítima é encontrada uma
mensagem incriminatória. “The Key: Tomás Noronha”. A mensagem torna Tomás
Noronha o principal suspeito do homicídio. Depressa o historiador português se
vê na mira da CIA, que lança assassinos no seu encalço, e percebe que, se quiser
sobreviver, terá de deslindar o crime e provar a sua inocência. E é neste
contexto que José Rodrigues dos Santos resolve juntar o melhor de dois mundos
num só: o romance/aventura e a ciência. Será que o consegue para todos os que
resolvem folhear esta sua obra? Não queremos ficar com essa dúvida e
baseamo-nos apenas nas críticas e nos comentários deixados aqui e ali, nas
diversas referências feitas a esta sua obra. Pessoalmente, nós que até
acompanhámos a recente descoberta do bosão de Higgs ou Partícula de Deus no
CERN, local escolhido por JRS para iniciar o mistério da estranha morte que
incrimina o seu personagem, foi-nos fácil ir acompanhando as muitas descrições
de carácter científico que o autor deposita nesta obra, como aliás tem vindo a
fazer ultimamente. Mas podemos concordar que nem todos os leitores estejam com
essa disposição para o fazer, o que é pena pois continuo a considerar José
Rodrigues dos Santos um autor que merece ser lido. Fica o convite. E aguardemos
mais um ano pela próxima obra para saber se este caminho por ele traçado irá
continuar, intensificar-se ou, eventualmente, desviar-se para o conceptual. Confesso que gostava mais que ele
continuasse a ser romancista e deixasse a ciência de lado. Mas a minha opinião
de nada vale.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span lang="PT" style="font-size: 12pt;">Para ler um excerto desta obra clique <i><span style="color: blue;"><a href="http://excertos-aplg.blogspot.com/2014/11/a-chave-de-salomao-jose-rodrigues-dos.html">aqui</a></span></i></span>Gil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7728266227458674921.post-16073308790291991252014-11-14T16:53:00.000+00:002015-03-22T17:09:06.584+00:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTQXpt6scliVsqJTD-wPyTRn6KrZwtWvaXBHm-aCQYu-WvcJINH9cY4hcqqDTgr7Nm80robOJhMDq1fznw6BGl-qcqshfBZj_DVHR6I7-cXbJlXqanTqZ1xEuovVPxdAnGHNG-XG2-GeQ/s1600/ALABARDAS+CAPA.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTQXpt6scliVsqJTD-wPyTRn6KrZwtWvaXBHm-aCQYu-WvcJINH9cY4hcqqDTgr7Nm80robOJhMDq1fznw6BGl-qcqshfBZj_DVHR6I7-cXbJlXqanTqZ1xEuovVPxdAnGHNG-XG2-GeQ/s1600/ALABARDAS+CAPA.jpg" height="200" width="134" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>ALABARDAS, alabardas<o:p></o:p></b></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>ESPINGARDAS, espingardas</b></span><span style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><span style="font-size: large;">José Saramago</span><span style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span lang="PT"><a href="http://www.portoeditora.pt/produtos/ficha/alabardas?id=15877062" target="_blank">Porto Editora</a></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><a href="http://www.josesaramago.org/" target="_blank">Fundação José Saramago</a></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 12.0pt;">Este romance inacabado que o nosso Nobel da Literatura deixou no seu computador
com trinta páginas apenas, que ia “refundindo e não reescrevendo” como
confessava nas notas do seu Caderno a 16 de Setembro de 2009, sempre na
intenção de o vir a terminar mas que o fim traiçoeiro, que já se avizinhava,
não permitiu, é mais uma jóia que se
junta à sua obra grandiosa, sem dúvida das maiores da literatura mundial e da
nossa. Quando o livro chegou às minhas mãos e comecei a sua leitura, não parei
senão quando cheguei ao fim. E lembrei-me de imediato de algumas daquelas vozes
que aqui e ali se ouviam, de vez em quando, ao citar a escrita de Saramago,
intitulando-a difícil de acompanhar, por falta de pontuação ou excesso dela, a
incomodidade dos poucos períodos ou parágrafos, enfim uma série de desculpas
para não querer compreender a grandiosidade das suas palavras e das suas
ideias. É que sucedeu-me precisamente o contrário. Aliás, como é sabido e
sempre o afirmei, nunca tive qualquer dificuldade na sua leitura. Mas nestas
páginas, do que viria a ser o seu próximo romance, senti uma tal fluidez no seu
original processo literário, que não consigo compreender como foi possível
alguém dizer que tinha necessitado de voltar atrás na leitura de uma ou outra
frase para retomar o sentido. Tudo é tão claro e evidente na exposição dos
diálogos, quando existem, como na explanação do pensamento da personagem
principal, de tal forma a escrita de Saramago me pareceu até caminhar para
novos meios de nos apresentar as suas ideias, o seu pensamento, aquilo que
afinal sempre constituiu a mensagem que desejava transmitir aos outros e que
consistia, conforme muitas vezes afirmou, a necessidade de agitar consciências,
levá-las a pensar, a reflectir, a não serem indiferentes ao que nos rodeia na
nossa passagem pelo mundo. E dito isto, nada tendo ainda referido sobre a
história do romance em si e do possível enredo que haveria, dadas as
circunstâncias, de constituir, perguntei-me muitas vezes que outras palavras
poderia aqui deixar diferentes do muito que tenho escrito sobre José Saramago e
as suas obras. Eu que até já o saudei, tratando-o por tu, aqui neste mesmo
espaço, em 18 de Junho de 2011, sinto séria dificuldade em encontrar algo de
novo para além do que já disse nesta mesma peça. Se me fosse permitido, diria
que ele é, para mim, o maior escritor da literatura do meu tempo. Os seus
livros foram e são, para mim, objectos de culto onde encontro não só as
respostas para muitas das minhas perguntas como a ajuda para me interrogar
sobre outras que continuo a fazer: Que sociedade é esta onde falta o sentido da
humanidade e o respeito pelo outro. E o direito a ser diferente, sem que tal
interfira na liberdade desse outro? Até quando a falta de ética no
comportamento humano? Questões que me preocupam de facto. Mas vamos então ao
livro. A história de um simples empregado numa fábrica de armamento, apaixonado
por peças de artilharia, separado da sua mulher que nunca concordara com aquele
tipo de emprego do marido, é a base para Saramago reflectir sobre uma questão
que desde sempre, como confessa no seu caderno, o preocupara. Porque razão
nunca tinha acontecido uma greve numa fábrica de armamento. E havia também,
como escreve, o estranho caso de uma bomba que não explodira na guerra civil de
Espanha, tendo sido encontrada dentro dela uma mensagem dizendo isso mesmo.
Esta bomba nunca vai explodir. Embora também confesse que não se recordava bem
onde teria lido tal notícia, o facto é colocado durante um telefonema que
Felícia faz ao marido, incitando-o a tentar junto da administração da fábrica
onde Artur Paz Semedo (curioso o nome dado ao personagem principal) trabalha,
uma autorização para investigar nos arquivos as possíveis vendas efectuadas
algumas décadas atrás. E vamos assistindo a uma mudança quase radical nas
relações daquele casal, devido à transformação que vai sendo feita na atitude
laboral de Artur Paz Macedo mais concordante com a personalidade de Felícia.
Mas o importante no romance é mais uma vez a chamada de atenção, afinal tão do
agrado do autor, para a persistente existência dos interesses mais obscuros dos
políticos nas guerras que provocam e alimentam, nos lucros adjacentes e na
completa desumanização da sociedade ao longo dos tempos. Até quando? Poderemos
perguntar. Infelizmente não o sabemos e por certo Saramago, se tivesse tido a
oportunidade de acabar este romance, também não nos daria a resposta. Mas senti
uma tristeza enorme por ele não o ter terminado e poder dar-nos algo mais a
juntar ao muito que nos deixou e que ficará para sempre nas bibliotecas dos
seus leitores, espalhados pelos quatro cantos do mundo. Essa tristeza,
confesso, não retira o enorme prazer de o ter lido mais uma vez na sua prosa
inconfundível. O livro contem ainda dois
interessantes textos de duas personalidades muito ligadas à vida e obra de José
Saramago. O poeta e ensaísta espanhol Fernando Gómez Aguilera faz uma análise
bem construída de como este último livro se insere na obra completa do nosso
Nobel da Literatura. O jornalista italiano Roberto Saviano consegue colocar-se
no papel de alguém que também conheceu uma série de pessoas semelhantes à
personagem criada por Saramago. “Também eu conheci Artur Paz Semedo. Não
trabalhava numa fábrica de armamento… e o seu nome era Tim… Rodolfo…Christian…
etc.”. E acaba por contar-nos histórias curiosas desses seus "conhecidos".
Enfim, aqui está portanto “Alabardas”, o último romance (o inacabado) de José
Saramago. Mas tenho esperanças de continuar a falar dele neste meu Amor Pelos
Livros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 12.0pt;">Para ler um excerto desta obra clique <span style="color: blue;"><i><a href="http://excertos-aplg.blogspot.com/2014/11/alabardas-alabardas-espingardasespingar.html">aqui</a></i></span><o:p></o:p></span></div>
Gil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7728266227458674921.post-29652314540135924802014-09-30T23:25:00.000+01:002015-03-22T17:12:35.599+00:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSUGeDFAQzIqimO40Kf1tyl_zZwCA4tkD1nwD9cN-WP1aXiChghu-fGLy7Fv8Sl2pqUW1rDP5Nm47bhHAHreQdexWIwWwyIG2Cxb-yIJluvim6rzLJEUgZktCJ7lU_P_qPaoeD9oFxOP0/s1600/QUEREN%C3%87A+CAPAr.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSUGeDFAQzIqimO40Kf1tyl_zZwCA4tkD1nwD9cN-WP1aXiChghu-fGLy7Fv8Sl2pqUW1rDP5Nm47bhHAHreQdexWIwWwyIG2Cxb-yIJluvim6rzLJEUgZktCJ7lU_P_qPaoeD9oFxOP0/s1600/QUEREN%C3%87A+CAPAr.jpg" height="200" width="132" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 171.0pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-size: large;">QUERENÇA</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 171.0pt; text-align: justify;">
<b>Fernando Correia da Silva</b></div>
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 171.0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 171.0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT">Fernando
Correia da Silva, o meu grande amigo Fernando, autor de assinalável obra
literária e poética, merecedora dos elogios de grandes nomes do nosso meio
artístico-literário como por exemplo António José Saraiva, está hoje aqui
presente pelas piores razões: deixou-nos, à família e aos amigos, no passado
dia 18 de Julho. Já há muito tempo que ele devia figurar aqui mas como várias
vezes tenho afirmado não me é possível colocar neste espaço todos os livros e
autores que gostaria nele figurassem. E para além da falta de tempo para o
fazer numa modesta análise minimamente correcta, tenho dado preferência às
edições ou reedições mais recentes. E apesar de uma importante actividade
literária que Fernando Correia da Silva mantinha regularmente desde que em 1998
criou o site <i><u><a href="http://www.vidaslusofonas.pt/" target="_blank">Vidas Lusófonas</a> </u></i>(clique e visite), sendo responsável pela coordenação de 169
biografias de vários autores nacionais e estrangeiros, em muitos casos escritas
por ele próprio com uma originalidade que lhe era peculiar, publicara o seu
último romance em 1996. E assim apesar de ter pensado por várias vezes colocar
aqui alguns dos seus livros que estão em lugar de destaque numa das minhas
estantes, o tempo foi passando até que o inesperado aconteceu. Tínhamos falado
uma semana antes, recordando até a coincidência da nossa idade. A propósito do
seu aniversário a 28 de Julho, cerca de um mês antes do meu, ainda me atirou a
costumeira frase “Muito respeitinho pois sou um mês mais velho do que tu”.
Sempre bem-disposto, nada faria antever o que se passaria. A nossa amizade
nasceu em Campo de Ourique, quando da entrada para o primeiro ano no Liceu
Pedro Nunes. Camaradas de turma, logo se iniciou uma amizade que iria manter-se
nas actividades extra-escolares, entretenimentos e excursões, culminando na
adopção dos mesmos ideais que cedo nos levaram ao MUD Juvenil. Cedo começariam
as perseguições da PIDE que, ao contrário do que lhe aconteceu a ele, não
conseguiam encontrar-me devido à diferença entre o meu nome familiar e o
oficial. Preso em Caxias com 17 anos, viria a publicar dois anos depois
COLHEITA,</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgL4AG1MQ1k2NqQBsRnXJuaNlf5fayMQEyxf5AKXUTqT1V8aVs9TNn1bqNBZ1DgZ-G1V7nYXOibU8J1nYHfGXtfGUnZqz2pwbVi6N4d4EIf20VM4Xv7lz__NplqcjRk0w151TZoQdx1fg4/s1600/COLHEITA+CAPA_R2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgL4AG1MQ1k2NqQBsRnXJuaNlf5fayMQEyxf5AKXUTqT1V8aVs9TNn1bqNBZ1DgZ-G1V7nYXOibU8J1nYHfGXtfGUnZqz2pwbVi6N4d4EIf20VM4Xv7lz__NplqcjRk0w151TZoQdx1fg4/s1600/COLHEITA+CAPA_R2.jpg" height="200" width="138" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLtiFmz8BOraD2MccY_OlIJ6LurVdSz78aZIcSt_JfFi7sgn7JI5xkwa1Lxf59GhJQmSooZWXWTgtM3jiD0MNF5me3Z02EUN5lMGprUXy1M3hXC_OcAtoftE0guQvhqBDoS5ENBDBYTLg/s1600/dedcat%C3%B3ria+coheita+final.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLtiFmz8BOraD2MccY_OlIJ6LurVdSz78aZIcSt_JfFi7sgn7JI5xkwa1Lxf59GhJQmSooZWXWTgtM3jiD0MNF5me3Z02EUN5lMGprUXy1M3hXC_OcAtoftE0guQvhqBDoS5ENBDBYTLg/s1600/dedcat%C3%B3ria+coheita+final.jpg" height="200" width="157" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
que logo me ofereceu, um livro de poemas nos quais apresenta já muito
das suas preocupações de carácter social, ao mesmo tempo que se compreende
porquê futuramente na sua obra literária haveria de sempre coexistir uma forma
algo poética de se exprimir. O Fernando não poderia nunca deixar de ser ele
próprio, juntando, como poucos o souberam fazer, o coração e a razão, o que
gostaria de ser e a realidade do que tinha de ser, o eu e o não eu, os outros,
sempre os outros. E por isso coloco hoje aqui o seu romance que no meu entender
melhor o define. Em QUERENÇA, que mais tarde viria a ser adaptado ao cinema por
seu filho Edgar Feldman, Fernando Correia da Silva é ao mesmo tempo o autor e o
narrador que criou como personagem principal. É que, curiosamente, Júlio Vera,
o personagem é um contador de histórias que narra acontecimentos da sua vida,
episódios e amigos da sua juventude e tem igualmente premonições de algo que
virá a acontecer. E aqui e ali as palavras correm com um fervor poético. Júlio
Vera joga com elas como se de poesia se tratasse. O autor está dentro e fora da
Querença, aquela querença que é afinal o seu território ou foi e será. E se ao
analisar o personagem-narrador que Fernando criou, foram muitos os que viram
neste seu romance algo de auto-biográfico, como aliás se intui dentro da
própria narrativa ficcionada, nele acontecem também nomes e personagens reais
com os quais o autor conviveu. E não seria apenas O’Neill, Agostinho Neto ou
Pinto de Andrade com os quais se cruzam em Lisboa a personagem de Querença e o
autor que poderiam criar a suposta verdade. Leio Júlio Vera e estou ao mesmo
tempo a ouvir as palavras que muitas vezes escutei deste meu grande amigo,
fossem elas durante umas voltas pelas ruas de Campo de Ourique, sentado num
café da Ferreira Borges ou num banco do jardim da Parada. Da situação política
que atravessávamos, nosso tema preferido, lançava de repente com o seu
costumeiro humor qualquer pergunta que envolvesse uma pequena aventura dos
nossos tempos de juventude: Lembras-te Gil de como conseguimos a malhadinha,
aquela pomba que querias para o teu pombal? (eu era aficionado columbófilo e
ele ajudava-me a manter a bicharada). Na vida como na escrita, as revessas como
ele as intitula em Lianor ou no Mata-Cães, outras das suas obras, são
constantes. Tão rapidamente estamos ou, melhor, está no agora como recua
dezenas ou centenas de anos para vestir a pele de Colombo ou Gama. Entre o que
desejou ou foi e o que já não é porque afinal não aconteceu como previa,
existem muitos acontecimentos que somos levados a repensar porque deles fomos
testemunhas ou nos ensinaram de maneira muito diversa. Heróis que não o foram
de facto, almas caridosas que apenas exerciam o seu poder sobre espíritos
inocentes para mais facilmente os escravizarem, um mundo e uma história que não
é, nunca foi, aquele em que mesmo os homens que chegaram a ser considerados
seus defensores se reconheceram mais tarde as naturais imperfeições humanas.
Fernando Correia da Silva, sendo o criador e a criatura que faz parte dos seus
romances, consegue a estranha magia de ser um perfeito analista político que
nos revela factos que a ele são exteriores mas nos quais tomou igualmente
parte. E consegue tudo isso com extraordinário rigor, numa forma que nos prende
da primeira à última página de cada um dos seus romances, onde se destacam o
rigor, a crítica e até um certo bom humor que o caracterizava também na vida
real. E por isso a sua obra, o criador e a criatura como Júlio Vera na
Querença, transmitem-nos a noção de que a natureza humana é inalterável e de
que apenas podemos acreditar numa utopia: será que um dia a humanidade atingirá
a igualdade fraterna e universal? Queremos acreditar que acontecerá. Por isso e
para isso vivemos e o recordamos quando lemos as suas obras. Fernando Correia
da Silva está dentro delas.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 171.0pt; text-align: justify;">
Para
ler um excerto de QUERENÇA e um poema de COLHEITA, o primeiro livro do autor,
clique <i><span style="color: blue;"><a href="http://excertos-aplg.blogspot.com/2014/09/querenca-e-colheita-de-fernando-correia.html">aqui</a></span></i></div>
Gil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7728266227458674921.post-49800813356580356592014-07-15T21:35:00.000+01:002014-08-05T18:08:14.831+01:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW63B1EBwnEE1VPcGY84YQo4yt38pw3meoFuM3J0m_XnhbeqwBWa2NVxIs8JI6o5om6TYSaesUEyTmA_r66oEyFg4P2wMxCifba81Xk2f_7JFGYs1GvftKxDm_BWBJp_xBTrKgSTvx-hM/s1600/NOVAS+EDI%25C3%2587%25C3%2595ES_2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW63B1EBwnEE1VPcGY84YQo4yt38pw3meoFuM3J0m_XnhbeqwBWa2NVxIs8JI6o5om6TYSaesUEyTmA_r66oEyFg4P2wMxCifba81Xk2f_7JFGYs1GvftKxDm_BWBJp_xBTrKgSTvx-hM/s1600/NOVAS+EDI%25C3%2587%25C3%2595ES_2.jpg" height="200" width="140" /></a></div>
<strong>LIVROS DE </strong><br />
<strong>JOSÉ SARAMAGO</strong><br />
<em><span style="color: blue;"><a href="http://www.portoeditora.pt/imprensa/noticia/ver/quatro-novas-edicoes-de-saramago?id=28222&catid=142&rnd=10579" target="_blank">Na Porto Editora</a></span></em><br />
<em><a href="http://www.josesaramago.org/porto-editora-apresenta-novas-edicoes-da-obra-de-jose-saramago/" target="_blank">Fundação José Saramago</a></em><br />
<em><span style="background-color: #ffe599; color: blue;"></span></em><br />
<div style="text-align: justify;">
Novas edições de livros de José
Saramago, anteriormente publicados pela Caminho, estão agora nas livrarias com
a chancela da Porto Editora em novo acordo feito com a Fundação do nosso prémio
Nobel da Literatura. Nesta primeira fase são nove as obras apresentadas de uma
forma original, com capas elaboradas por um gabinete de designer, onde sobre um
fundo pastel aparecem os títulos na caligrafia de nove destacadas personalidades
da literatura e da cultura portuguesa e que igualmente foram amigos do autor. Álvaro
Siza Vieira, Baptista-Bastos, Eduardo Lourenço, Dulce Maria Cardoso, Gonçalo Tavares,
Júlio Pomar, Lídia Jorge, Mário de Carvalho e Valter Hugo Mãe escreveram com a
sua mão os títulos de <em>A Caverna</em>, <em>A Noite</em>, <em>A Viagem do
Elefante</em>, <em>As Intermitências da Morte</em>, <em>As Pequenas Memórias</em>,
<em>Ensaio sobre a Lucidez</em>, <em>História do Cerco de Lisboa</em>, <em>Manual
de Pintura e Caligrafia</em> e <em>O Homem Duplicado</em>. A respectiva
caligrafia está identificada numa das primeiras páginas do interior. Para além
destas obras, em breve outras se seguirão, mantendo o mesmo estilo, na
sequência de um desejo de inovação que ficou a marcar a entrega da edição e
reedição das obras literárias de José Saramago à Porto Editora que irá
igualmente prestar o seu apoio financeiro e logístico à Fundação, criada por
sua mulher Pilar de Rio, no sentido de promover o melhor estudo e divulgação da
obra literária desse grande escritor que marcou de forma inigualável a moderna
literatura portuguesa.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Não sendo meu propósito repetir
as palavras que já tive oportunidade de escrever sobre José Saramago neste
espaço que criei na grande rede global para expressar o meu “amor pelos
livros”, não posso no entanto perder mais uma oportunidade de juntar algo que
tenho sentido nestes últimos tempos. É que, apesar de algumas (poucas) vozes
terem chegado a afirmar que a escrita ou o estilo literário criado pelo nosso
Nobel da Literatura não era muito fácil de entender (grandes períodos sem a
costumada pontuação a separá-los ou então pontuação a mais mas sem parágrafos)
e conduziria a um cansaço desmotivador, juntando alguns críticos que lamentavam
a atribuição do grande prémio mundial que melhor ficaria noutros autores que me
dispenso de aqui referir, a verdade é que tal não aconteceu. E até, apesar do
difícil momento que vivemos e do entusiasmo pelo aparecimento de novas
tecnologias que entusiasmam os mais jovens, afastando-os do hábito da leitura, tenho
notado – e não serei certamente o único – que as obras de Saramago continuam a
ocupar um lugar de destaque na venda de livros e portanto nos escaparates das
livrarias e é muito vulgar encontrarmos pessoas que as lêem, seja num banco de
jardim ou nos transportes públicos.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
É verdade que Saramago escreveu
precisamente para o seu povo ou para todos os povos que desejam aprender a
conhecer melhor a finalidade da sua presença neste mundo, defendendo os seus
direitos e ajudando a lutar contra todos os que pretenderem tirá-los. Vivemos
de facto um período – mais um – em que a humanidade se apresenta por vezes com
muito pouco de humana. Esquecemos com frequência muito do que se passa à nossa
volta, como se constituísse uma espécie de mundo à parte onde não vivemos e ao
qual não pertencemos. É quase a velha história do “salve-se quem puder” ou
então “quem vier depois que resolva”. E em muitas das suas obras, Saramago
ajuda-nos a reflectir e recorda-nos precisamente o que muitas vezes já
esquecemos. Ele não deixa é claro de chamar a nossa atenção para os perigos dos
mitos ou da crença nos milagres divinos, o que não agradou a muita gente e
continuará por certo a não agradar. Mas neste preciso momento, nesta época que
estamos atravessar, basta olharmos para os locais onde se travam as grandes
lutas e os mini-holocaustos para compreender onde residem os motivos para que
tal aconteça. Saramago, o homem, o escritor que nos deixou nas suas obras um
legado de pensamentos e de conhecimento, em grande parte conseguidos, quando trabalhando
como simples serralheiro mecânico, depois de abandonar a sua aldeia de Azinhaga
do Ribatejo e apenas tendo conseguindo frequentar o ensino secundário, passava
longas noites na biblioteca do Palácio Galveias, folheando livros e os mais
diversos catálogos que por lá encontrava. Saramago, o mestre que nunca o quis
ser, mas que o foi de facto para muitos de nós. Saramago continua mais do que
presente na actualidade, representado que está na tradução das suas obras em
muitas dezenas de países. Como já é meu hábito dizer – e não sou nada original:
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
– Até Sempre Saramago!<br />
<br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>O nosso encontro é na <i><a href="http://www.josesaramago.org/" target="_blank">Fundação José Saramago</a></i></b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
Gil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7728266227458674921.post-75137932796685400462014-07-12T21:13:00.000+01:002015-03-22T17:24:32.145+00:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipDoQtKRgp56FBiTjkJBcuU7XWUrsdfPpiTza9PJ746D2X0ttF8GhDt0UhM3_9RtBv2i36-wV67oPib4BwVK3EY7GxHapWZnfOhjYaa2Caw3rdOHpRcQlLO0w3VgYmJ94lz0Pwz31N2i4/s1600/1974.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipDoQtKRgp56FBiTjkJBcuU7XWUrsdfPpiTza9PJ746D2X0ttF8GhDt0UhM3_9RtBv2i36-wV67oPib4BwVK3EY7GxHapWZnfOhjYaa2Caw3rdOHpRcQlLO0w3VgYmJ94lz0Pwz31N2i4/s1600/1974.jpg" height="200" width="127" /></a></div>
<h4 style="text-align: left;">
<span lang="PT"><span style="font-size: large;">1974 - </span></span><span style="font-size: small;">O Ano que começou em</span><span style="font-size: large;"> - </span><span style="font-size: large;">ABRIL</span></h4>
<h4 style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
António Luís
Marinho</div>
<span lang="PT"><div style="text-align: left;">
e Mário Carneiro</div>
<div style="text-align: left;">
<span style="text-align: justify;"><i><span style="color: blue;"><br /></span></i></span></div>
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue;"><i><a href="http://www.temasedebates.pt/livros/ficha/-b-1974-b-o-ano-que-comecou-em-abril?id=15429136" target="_blank">Temas e Debates - Círculo de Leitores</a></i></span></div>
</div>
</span></h4>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT">Mais um dos muitos
livros que assinalaram as comemorações dos 40 anos do 25 de Abril havia que
colocar neste meu espaço onde já estão igualmente as capitãs de Abril. E mais
uma vez, pelas mesmas razões. Tal como no anterior existia uma
locutora/apresentadora, desempenhando funções idênticas às minhas, também nesta
obra que hoje aqui deixo, ela se identifica com a profissão que exerço. É da
responsabilidade de dois jornalistas, António Luís Marinho e Mário Carneiro,
baseando-se nos excertos retirados de dois prestigiados órgãos da comunicação
social:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT">Diário de Notícias
e a Revista Flama, por coincidência dois em que também eu próprio colaborava
regularmente, como jornalista que sou. Existe também portanto uma razão que me
levaria, se outras não existissem – e é claro que existem – para aqui trazer
outra das muitas obras que então se publicaram a respeito do 25 de Abril.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT">E de facto, como os
autores salientam no prefácio, “se o 25 de Abril não tivesse acontecido naquele
ano de 1974, este ficaria na História por outras e muitas variadas razões,
desde as muitas celebridades que nele nasceram entre os quatro mil milhões que
marcavam o também Ano Mundial da População, aos casos mediáticos da Índia se
ter tornado a sexta potência nuclear do Mundo ou de um senhor desconhecido ter
inventado aquele papelinho amarelo que se chama post it ou ainda de um outro
que ao passar com a mão na areia da praia inventou o chamado código de barras
que pela primeira vez foi experimentado e lido num pacote de pastilha elástica.
Mas para todos nós, portugueses, 1974 foi o ano em que Abril nasceu ou melhor,
como dizem os autores deste livro, “… o Ano que começou em Abril”. E a
expressão está mais que correcta porque Abril era desde há muitos anos desejado
e esperado pelo povo. Vivendo sob uma ditadura violenta que lhe retirava todos
os direitos, desde a saúde à educação, martirizando e torturando aqueles – e
foram muitos – que lutavam para derrotar esse regime, a grande maioria da
população portuguesa esperava que numa qualquer madrugada, esse Abril nascesse.
E essa grande alegria, que viria a devolver-nos a liberdade tão esperada,
aconteceu exactamente numa madrugada do ano de 1974.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT">Tudo aconteceu,
como se fosse de há muito minimamente preparado. A muitos terá parecido fácil.
Foi a revolução dos cravos. Uma revolução de flores, onde não foi necessário
que as armas disparassem. Um cravo no cano de uma espingarda tornou-se um
símbolo que haveria de fazer nascer sorrisos nos rostos por onde tinham passado
muitas angústias e corrido muitas lágrimas. Eu próprio sentira no seio da minha
família as garras da Pide que numa das muitas vezes em que o meu Pai fora
preso, esteve um mês encerrado na prisão da Torre do Bugio, com água até aos
joelhos. E também comigo, a aventura principiaria bem cedo, antes das
perseguições que a polícia política haveria de fazer a alguém cujo nome, não
totalmente fictício, não aparecia exactamente do mesmo modo nos registos do
Liceu ou da Faculdade. Mas isso é outra história que um dia talvez venha a
contar. Apenas com três anos de idade, uns polícias pidescos retiraram-me do
berço onde dormia, altas horas da noite, na nossa casa de Campo de Ourique,
pensando que nela iria decorrer uma reunião e que debaixo dos lençóis alguém
mais importante do que a criança que eu era estaria escondido. Mas voltemos a
este livro que vai ficar como documento completíssimo de todo esse período que
começa em Janeiro e termina em Dezembro de 1974, pleno de fotografias e notícias
dos referidos Jornal e Revista, evocando na devida altura a grande história do
nascimento de Abril, o antes e depois do grande dia 25, que todos nós não
esqueceremos nunca mais.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT">O modo como os dois
autores resolveram apresentar as imagens e excertos recolhidos dos ficheiros da
Biblioteca Nacional, juntando-lhes os devidos comentários e descrições ao longo
das cerca de 400 páginas que constituem este livro, permitem-nos de uma forma
extremamente eficaz mas ao mesmo tempo simples, reviver o antes e o depois
daquele período que foi considerado por muitos analistas internacionais um dos
mais extraordinários exemplos de como um país se consegue libertar do atroz sofrimento
a que esteve submetido durante largas décadas perante um poder absoluto onde
reinava um ditador que envelheceu numa cadeira, rodeado apenas de alguns poucos
amigos que alimentava com mordomias várias mas que a ele obedeciam cegamente,
seguindo as suas ordens desumanas e terríficas. Este livro é o retrato fiel de
como vivíamos nesses meses que antecederam o 25 de Abril, no auge de uma guerra
colonial que continuava a levar os nossos jovens para o além mar, em defesa de
territórios onde os grupos de libertação eram chamados de terroristas, enquanto
nesta pátria empobrecida imperava a exploração do trabalho infantil, se proibia
tudo o que pudesse relacionar-se com o sexo ou a igualdade de direitos da
mulher. Mas algo se preparava de facto e o livro de um general do regime causa
sensação e atordoa os membros do governo. “Portugal e o Futuro” escrito pelo
General Spínola era um desafio sério à política do governo. Mas para quem se
tenha esquecido, ele confessaria depois numa entrevista à Televisão Francesa
que não considerava que contivesse quaisquer divergências com a política
portuguesa. É bom que seja recordado, como fizeram muito bem os autores. E
depois, tínhamos também as célebres “Conversas em Família” nas quais Marcelo
Caetano tentava convencer-nos de que tudo estava a correr pelo melhor ou de que
a sua política estava ao lado do povo. Não era assim de facto. E o povo saiu à
rua, juntamente com o movimento dos militares de Abril, para o retirar e à sua
equipa do Quartel do Carmo onde se tinham refugiado. Relembra-se também nestas
páginas o que foram as comemorações do dia 1 de Maio na Alameda Afonso
Henriques, juntando mais de um milhão de pessoas, comparadas, segundo escrevia
o DN, às que marcaram a célebre libertação de Paris. “1974 – o Ano que começou
em Abril” fica de facto para a história como documento único que marca de forma
excepcional, através dos registos documentais, um ano memorável para o nosso
país.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span lang="PT">Para ler um excerto desta obra clique<i><span style="color: blue;"> <a href="http://excertos-aplg.blogspot.com/2014/07/blog-post.html">aqui</a></span></i></span>Gil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7728266227458674921.post-7772652287067987132014-04-06T23:00:00.000+01:002015-03-22T17:33:54.915+00:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0tncMRseYsOJDP5XRTOHBEpfvofiL7lm6sZ_2kj7JOSJDtV39lSKOUnStcG2slJsbJDPMyNakaZbmKwUhomCZuSsHjgAl60dH2XnbCbB5vwyK-_Vlekc211oASWZCq7q29IucKgzlLqg/s1600/O+GUARDADOR+DE+REBANHOS.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0tncMRseYsOJDP5XRTOHBEpfvofiL7lm6sZ_2kj7JOSJDtV39lSKOUnStcG2slJsbJDPMyNakaZbmKwUhomCZuSsHjgAl60dH2XnbCbB5vwyK-_Vlekc211oASWZCq7q29IucKgzlLqg/s1600/O+GUARDADOR+DE+REBANHOS.JPG" height="200" width="168" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span lang="PT">O
GUARDADOR DE REBANHOS<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT">Alberto Caeiro</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span lang="PT"><a href="http://www.centroatl.pt/titulos/desafios/oguardadorderebanhos/index.html" target="_blank"><span style="color: blue;">CentroAtlântico, Lda</span></a><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT">Ainda há pouco tempo eu aqui escrevia sobre
Fernando Pessoa, quando do lançamento de uma criteriosa escolha feita pelo
editor de alguns dos trechos que o autor tinha atribuído ao seu semi-heterónimo
Bernardo Soares para o seu LIVRO DO DESASSOSSEGO. Escrevia sobre Fernando Pessoa, disse eu atrás, quando na
realidade não posso nem de longe arvorar-me à condição de analista desse grande
génio da nossa literatura. De facto, apenas alinhavei, como se pode ler mais
abaixo, noutra entrada deste espaço, algo do muito que sempre o admirei e do
que sempre me fez sentir ao longo da minha vida de leitor interessado e de amor
pelos livros. E eis que comemorando precisamente os 100 anos <st1:personname productid="em que Pessoa" w:st="on">em que Pessoa</st1:personname>, sob o
heterónimo de Alberto Caeiro, diz que escreveu num determinado dia 8 de Março
de 1914 os 49 poemas que constituem a obra O Guardador de Rebanhos, aparece
esta nova edição. E atrevo-me aqui apenas a citar um dos muitos estudiosos que
têm investigado a sua obra dizendo que, “analisado o seu espólio, nenhum poema
está datado desse dia, antes se situam entre 4 de Março e 7 de Maio de <st1:metricconverter productid="914”" w:st="on">914”</st1:metricconverter>. O dia 8 de Março teve um
grande significado para Fernando Pessoa por ser aquele em que recordava ter
“inventado” os heterónimos e daí nascera a sua escolha. Aliás são suas as
palavras numa carta a Adolfo Casais Monteiro: “Foi um dia triunfal da minha
vida e nunca poderei ter outro assim. (...) Com um título O Guardador de
Rebanhos (...) foi o aparecimento de alguém em mim, a quem dei logo o nome de Alberto
Caeiro. Desculpe-me o absurdo da frase: aparecera em mim o meu mestre. Foi essa
a sensação imediata que tive.” Sem pôr em causa ou querer analisar a fundo se
Caeiro foi ou não um mestre para Fernando Pessoa, o certo é que “O Guardador de
Rebanhos” nos apresenta alguém que se mostra pela primeira vez como um poeta
que, ao contrário do que conhecemos da sua restante poesia, se concentra numa
comunhão profunda com a Natureza. Uma espécie de simbiose. Ele que afirma no
poema de abertura “Eu nunca guardei rebanhos, mas é como se os guardasse”
comporta-se de facto como a alma de um pastor, aquele que sentado no cimo de um
monte observa tudo o que o rodeia, mas sem pensar, sem analisar, sem proferir
sequer os nomes das árvores ou das flores. Nesta sua obra, aprendemos com ele,
numa espécie de filosofia oriental, que o importante não é pensar no que se vê
mas sim e apenas ver. Nós, eu e provavelmente a maior parte dos leitores que
neste momento me acompanham, habituámo-nos a olhar para um pôr de sol e a
pensar de imediato como ele é diferente de outro, visto há dias, aquelas cores
são novas, está mais dourado do que um outro, as nuvens menos avermelhadas,
etc. Para Pessoa, neste seu conjunto de poemas, consegue-se uma completa abstracção
de tudo isso. Para ser sincero, eu próprio me parece difícil que Pessoa o tenha
alguma vez conseguido. (Afinal ele também escreveu: “O poeta é um fingidor,
finge tão completamente...”) Mas enfim, ele o diz. E com isso pretende
dizer-nos que desse modo - e só desse - podemos atingir aquele estado contemplativo,
numa calma absoluta, num verdadeiro êxtase perante a tal Natureza que ele
também confessa não existir como conjunto, que nada mesmo pode ser um conjunto
e que todas as coisas são apenas elas próprias e só assim as devemos abordar. Só assim teremos aquela paz de espírito que ele diz ter alcançado ao vestir-se
de Alberto Caeiro. E no entanto em alguns dos seus poemas que convidamos quem
nos lê a procurar neste livro, pareceu-nos – e não só a mim – que ele estaria
um pouco triste. Esta edição que agora aparece inclui um admirável Prefácio e
sobretudo um Posfácio da autoria de Pedro Sinde, Licenciado em filosofia, um
fervoroso analista destas questões literárias que muito ajudarão o leitor a
absorver o quanto significam estes 49 poemas e como talvez nos possam levar a
atingir o mundo pessoano. Pedro Sinde diz nomeadamente que “há versos (…) que
são um bálsamo para a alma” e que “a
poesia de Alberto Caeiro parece brotar de uma certa atitude de alma, a que
chama «pasmo essencial», e que resulta num modo especial de ver o mundo ou
naquilo a que poderíamos chamar uma arte de ver”. Por mim, que nada sei,
fico-me por aqui com o habitual convite:</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<span lang="PT" style="font-size: 12pt;">Para ler um excerto desta obra clique <i><span style="color: blue;"><a href="http://excertos-aplg.blogspot.com/2014/04/o-guardador-de-rebanhos-alberto-caeiro.html">aqui</a></span></i></span>Gil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7728266227458674921.post-87892905677607551932014-04-05T23:13:00.000+01:002015-03-22T17:36:25.660+00:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-BAgLmpcXfx8aS1zzuhry7xneLp9oxazAhSmWNo-vVBEsNUCbfVbjk19pSrgGpZ_8uiXs5FHTWU3pF7JNbx7drjJf3vbgJ8PZk_qBMNqRcjD1VP-NFQkvsBAZYJ5nELgkDERwoWkERBM/s1600/capit%C3%A3s+de+abril.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-BAgLmpcXfx8aS1zzuhry7xneLp9oxazAhSmWNo-vVBEsNUCbfVbjk19pSrgGpZ_8uiXs5FHTWU3pF7JNbx7drjJf3vbgJ8PZk_qBMNqRcjD1VP-NFQkvsBAZYJ5nELgkDERwoWkERBM/s1600/capit%C3%A3s+de+abril.jpg" height="200" width="135" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"><b>CAPITÃS DE ABRIL</b></span></div>
<div class="MsoNormal">
Ana Sofia Fonseca</div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT" style="font-size: 12pt;"><br /></span>
<span lang="PT" style="font-size: 12pt;"><i><a href="http://www.esferadoslivros.pt/livros.php?id_li=395" target="_blank">A Esfera dos Livros </a></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT"> </span><span style="text-align: justify;">As comemorações dos 40 anos do 25 de Abril trouxeram à actualidade
literária um enorme conjunto de obras que focaram os mais diversos aspectos do
significado das conquistas de Abril nesse grande momento da nossa história
recente. Como era viver nos tempos da ditadura, a polícia política, a censura
na comunicação social, os livros proibidos, as inaugurações de fachada, a
guerra colonial, a luta académica, os exilados, tudo isto e muito mais a que
estávamos sujeitos antes dessa data memorável. Publicaram-se livros de
entrevistas, biografias e os mais variados ensaios políticos sobre o tema. Escolhemos
para este nosso espaço, onde não podíamos deixar de assinalar a efeméride, um
livro de uma jornalista que nos conta a revolução dos cravos no feminino. As
Capitãs de Abril revela-nos, pela primeira vez, quem foram, o que fizeram e
como viveram as mulheres dos militares que fizeram a revolução que derrubou a
maior ditadura da história europeia. De Ana Coucello, casada com o adjunto
operacional de Otelo Saraiva de Carvalho no Regimento de Engenharia 1 na
Pontinha, a Natércia Salgueiro Maia ou Teresa Alves, respectivamente viúvas do
grande Capitão de Abril Salgueiro Maia e do Major Vítor Alves, são descritos os
momentos decisivos dos dias que antecederam aquela célebre madrugada vividos
por 13 das mulheres que a jornalista conseguiu entrevistar para nos dar a
conhecer exemplos de muita coragem e abnegação que também eram vividos em
família numa certa clandestinidade. Ana Sofia Fonseca relata-nos com
extraordinária precisão como elas viviam, algumas nos locais onde se travava a
luta contra os chamados “turras” nas antigas colónias portuguesas, sempre
aguardando a chegada dos maridos que tinham partido de manhã para a frente
militar, espingarda na mão e umas tantas granadas à cintura. Será que
voltariam? Nos ouvidos o som das bombas a rebentar lá longe ou a passagem do
helicóptero que transportava feridos para o hospital próximo. Será que ele vai
ali? Outras em Lisboa, fingindo que nada se passava, escondendo o receio
daquilo que se preparava, visitando com eles locais chave que haveriam de dar
que falar. Enfim, nas horas antes daquela madrugada, as palavras dos futuros
heróis que, embora confiantes, não podiam deixar de transparecer o receio de
que “a coisa” corresse mal. ”Olha, é esta noite” diz o marido a Teresa Alves.
“É esta noite o quê” pergunta Teresa ao Vítor. E ouve de imediato a resposta:
“A revolução que temos andado a preparar”. “É hoje. Liga o rádio e se ouvires
aquela canção do Adeus já sabes que começou”. E lá ficavam presas, de olhos
fixos no pequeno transístor aguardando a canção que tinham ouvido dias antes no
Festival televisivo. Mas para Dina que sempre acompanhara o marido nas missões
no ultramar, Otelo foi ainda mais preciso: “Se ouvires o nosso comunicado é
porque tudo correu bem”. “- E o que é que acontece se correr mal”. Pergunta Dina,
escondendo o desassossego que a enche. “Eh pá, sei lá? Enfiam-me no Tarrafal e
é esta a última vez que aqui estamos a falar”. Todas estas situações nos são
contadas neste livro com grande precisão. Como se estivéssemos a presenciá-las
no foro íntimo das personagens da história memorável que foi o 25 de Abril.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT">Facto curioso que a autora resolveu e muito bem incluir é o de existirem
duas mulheres que sem serem casadas com militares de Abril desempenharam também
o papel de “Capitães” ao lado das restantes. É o caso de Celeste Caeiro,
empregada num <i>self-service</i> a colocar
flores nas mesas dos clientes. Naquela manhã, o gerente mandou-a para casa pois
o estabelecimento ia fechar devido a algo que se passava nas ruas. E que
levasse as flores com ela pois já não eram precisas. Celeste agarrou nelas e
foi de metro para a baixa. À saída, soldados por todo o lado. Aproxima-se de um
e pergunta: “O que é que estão aqui a fazer?”. “ – Uma revolução”. É a
resposta. “- Precisam de alguma coisa? Como é que posso ajudar?”. “Se tiver um
cigarrinho...um cigarro calhava bem.”. “- Bem gostava mas nunca fumei... Olhe,
tome lá um cravo que tanto se oferece a uma senhora com a um senhor.” O militar
agradece e põe o cravo no cano da G3. Celeste distribui o molho inteiro pelos
militares com que se cruza. Gosta da Ideia – confessa mais tarde – antes cravos que
balas. E o exemplo foi seguido por outras vendedeiras de flores nesse dia e nos
seguintes. Quem diria que foi graças à Celeste que apareceu o nome de
“Revolução dos Cravos”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT">O outro caso, também de uma mulher não casada com um militar mas também
Capitã de Abril é o de Clarisse Guerra, nessa época locutora do Rádio Clube
Português e que, encontrando-se em casa quando às 4 da manhã é avisada por uma
colega de que ia haver um revolução, corre a ligar a telefonia e vai ouvindo os
comunicados lidos de quando em vez pelo seu colega Joaquim Furtado. “<i>Aqui posto de comando do Movimento das
Forças Armadas...”</i>. Corre para o telefone, avisa alguns amigos e sai de
casa com a filha, a caminho do Rádio Clube, ali a 10 minutos da casa onde mora,
<st1:personname productid="em Campolide. Vai" w:st="on">em Campolide. Vai</st1:personname>
para a mesa de locução, passa canções e músicas censuradas, mas são eles, as
vozes masculinas, o Joaquim e o Luís Filipe Costa que vão lendo os comunicados.
Então e eu? Pergunta. Até que finalmente, cerca das 2 e meia da tarde, Joaquim
Furtado olha para ela e pergunta-lhe se quer ler. Clarisse responde que sim
claro. O chefe dos noticiários confirma “até é bom uma mulher ler”. Clarisse
Guerra respira fundo, afasta os nervos, nunca antes lera noticiários. O
documento acabara de chegar da Pontinha. E ela vai ler as palavras dos heróis.
A única mulher a ler aos microfones de uma estação de rádio um comunicado do
Movimento das Forças Armadas. (A única, sabemo-lo bem, pois na E.N. onde eu era
colega dela, apenas às vozes masculinas foi dada essa oportunidade, eu, um deles).
Mais do que possamos acrescentar sobre este livro que ficará por certo para a
história do 25 de Abril poderá ser lido nas suas páginas e é isso que
recomendamos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span lang="PT" style="font-size: 12pt;">Para ler um excerto desta obra clique <i><span style="color: blue;"><a href="http://excertos-aplg.blogspot.com/2014/04/capitas-de-abril-ana-sofia-fonseca.html">aqui</a></span></i></span>Gil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7728266227458674921.post-34442715792524077162013-12-19T01:23:00.000+00:002014-02-06T00:18:48.599+00:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzTgz_OH4EgHp9cJZf91Vi5-vBbTHo6htrXeHOm0fcvaqIkUvBDizScNsw9FluAmTxP8ZpiTz_eI9QF1Zb41i1VzxAxW9BZ1Gm66uOUN3RH32sfdX0CxVxFqpeHFDmz0njdVVMalN_VfU/s1600/capa+livro+do+desassossego+copy.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzTgz_OH4EgHp9cJZf91Vi5-vBbTHo6htrXeHOm0fcvaqIkUvBDizScNsw9FluAmTxP8ZpiTz_eI9QF1Zb41i1VzxAxW9BZ1Gm66uOUN3RH32sfdX0CxVxFqpeHFDmz0njdVVMalN_VfU/s200/capa+livro+do+desassossego+copy.jpg" /></a></div>
<b>palavras do</b> <br />
<strong>LIVRO DO DESASSOSSEGO</strong><br />
Fernando Pessoa<i></i><br />
Edição Libório Manuel Silva<i></i><br />
<br />
<i><a href="http://www.centroatl.pt/titulos/desafios/desassossego/index.html">Editora Centro Atlântico</a></i><br />
<br />
<span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">Perante o verdadeiro encantamento que me foi proporcionado ao voltar a ler
numa recentíssima edição, seleccionada e apresentada por Libório Manuel Silva,
alguns das muitas centenas de trechos, descobertos até agora, aos quais Fernando
Pessoa – os poucos ainda publicados em vida em revistas da sua época – chamava
"do Livro do Desassossego (em preparação)", não podia deixar por mais
tempo a sua colocação neste meu espaço de Amor pelos Livros. E por isso aqui
foram colocadas umas simples palavras de apresentação que alinhavei da melhor
maneira possível para confessar que não me era fácil, nem rápido, escrever como
habitualmente faço o que pensava sobre este novo Livro do Desassossego (creio
que existem pelo menos 8 edições anteriores). Argumentando que me seria por
exemplo mais fácil escrever sobre uma nova edição dos Lusíadas – o
que de facto é verdade - confessava a minha grande admiração pelos trabalhos de
Pessoa que sempre estiveram comigo (Obras Completas de Edições Ática) desde
muito jovem, a tal ponto que interiorizava o excepcional desafio mental que ele
nos proporciona. Acontecia mesmo que muito do que eu escrevia nesses tempos e
até alguma poesia (ou não fossemos um país de poetas) que então publicava em
alguns jornais tinham uma forte influência de Pessoa, o que poderia até
considerar como algo elogioso mas não me agradava pois o sentia como falta de
originalidade. Permito-me – espero que não me levem a mal – citar aqui uma
dedicatória colocada no primeiro volume das Obras Completas de Fernando Pessoa,
ed. Ática, pelo meu amigo F.A.J.: “Este teu pobre amigo, pela sua mediocridade
de espírito, não pode compreender, tão profundamente quanto ela merece, a
poesia de Fernando Pessoa. Talvez tu, como verdadeiro poeta que és, saibas
reconhecer quão sublime ela é e me possas ajudar a compreendê-la melhor”.
Enfim, para além do exagero do amigo, quanto às minhas virtudes de poeta, o ter
notado que algo de mim pertencia a Pessoa. Eu poderia estar, creio agora, a rever-me
nele, através dos seus heterónimos, o que não é de estranhar se pensarmos no
extraordinário mundo das mais variadas sensações que a sua poesia nos
transmite.<o:p></o:p></span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">Mas falemos então dos trechos do seu sempre inacabado Livro do
Desassossego. Apesar de ter a noção de que nada posso juntar ao que tem sido
escrito por ilustres nomes do nosso meio literário e cultural, apenas me limito
a referir a intensidade de emoções e algo dos pensamentos que atravessam a
minha mente, quando os leio. Nesta nova edição agora publicada, relembrei
alguns que já conhecia e encontrei outros mas percorri aquelas 110 páginas com
aquele estranho sentimento de quem constrói e destrói pedaços de vida, momentos
de sempre inacabada visão do mundo circundante e talvez até como é citada no brilhante
prefácio de Libório Silva, esta frase de Pessoa “… aquela prosa é um constante
devaneio. É um semi-heterónimo porque, não sendo a personalidade minha, é, não
diferente da minha, mas uma simples mutilação dela. Sou eu menos o raciocínio e
a afectividade”. Para os que eventualmente desconheçam, os nomes de Bernardo
Soares ou Vicente Guedes com que Fernando Pessoa assinou alguns dos seus
famosos trechos que publicou ou guardava e ainda muitos se conservam na famosa
arca, repleta de inéditos que se espera um dia venham todos a ser conhecidos,
esses nomes não são heterónimos de Pessoa como é o caso de Alberto Caeiro ou
Ricardo Reis. São, como se lê na frase atrás citada semi-heterónimos. E, que
ousadia a minha, arrisco-me a dizer que sempre senti que os trechos do Livro do
Desassossego como muitos outros, ainda não publicados mas conhecidos, nos
transmitem muito mais do pensamento e da pluri-genialidade de Fernando Pessoa
do que o melhor da sua poesia, publicada em seu nome ou nos dos seus
heterónimos. Portanto a minha ousadia foi apenas dizer aqui que é “ali” que o
encontro, que estou com ele ou dentro dele, embora muitas vezes com dificuldade
em o compreender, até porque, como também ele confessa “o que vemos, não é o
que vemos, senão o que somos”. Portanto interrogo-me se, quando o leio, estarei
realmente a lê-lo ou a ler-me a mim próprio. Talvez. Mas não posso considerar
isso uma particularidade minha. Quando o lemos, acontece por vezes não
absorvermos totalmente o que está a escrever quem está a escrever. Tão depressa
é a nuvem como a sombra dela e ambas podem desaparecer como por encanto. Penso
que a leitura de Fernando Pessoa é para todos os que o admiram – e quase
resvalava no dizer “veneram” – a descoberta<span style="mso-spacerun: yes;"> do
</span>grande mistério daquele imaginário que em nós existe ou que supomos
existir dentro e fora de nós próprios. Estas “Palavras do Livro do
Desassossego” numa nova edição ilustrada terá com toda a certeza um sucesso
merecido e digno de ser assinalado. E por isso aqui está.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">Podem ler neste nosso espaço alguns dos trechos que Fernando Pessoa escreveu
com o heterónimo Bernardo Soares para o "seu" sempre inacabado
<i>"Livro do Desassossego" </i> - e que eu próprio
escolhi - para que despertem o entusiasmo pela leitura da criteriosa selecção
feita por Libório Silva nesta obra agora editada e da qual nos autorizou a
publicar um dos trechos que ali vão encontrar devidamente assinalado.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">Para a sua leitura clique <a href="http://excertos-aplg.blogspot.pt/2013/12/palavras-do-livro-do-desassossego.html">aqui</a> <o:p></o:p></span></div>
Gil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7728266227458674921.post-55257789509340365752012-11-22T18:27:00.000+00:002012-11-22T18:27:56.712+00:00<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5la0oRc8Yf0xrz9TF2W7Dnj4T0ibg7cml1_5FSJEx_lxN_EgyT-DbHUSzKpXCGZohZ-YxfyUIW6MP__xWVQAxNp3n92ewyrIU_t08CGC7OJpxymAfT0YaEAuPowQHigAfAq1fUdZ38Ec/s1600/Fernando+Catarino+2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; height: 207px; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; width: 145px;"><img border="0" height="200" rea="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5la0oRc8Yf0xrz9TF2W7Dnj4T0ibg7cml1_5FSJEx_lxN_EgyT-DbHUSzKpXCGZohZ-YxfyUIW6MP__xWVQAxNp3n92ewyrIU_t08CGC7OJpxymAfT0YaEAuPowQHigAfAq1fUdZ38Ec/s200/Fernando+Catarino+2.jpg" width="141" /></a><strong>PROFESSOR FERNANDO CATARINO</strong></div>
<strong>Homenagem pelos 80 Anos.</strong><br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
<br />
Decidimos trazer aqui a nossa homenagem pelo 80º aniversário do Professor Fernando Catarino, Professor Catedrático Jubilado do Departamento de Biologia Vegetal da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, celebrado no passado dia 9 de Novembro. Este atraso da minha intervenção neste espaço em relação ao dia do seu aniversário deve-se ao facto de ele ter recebido nesse dia uma homenagem num espaço da Internet que constituiu sem dúvida a maior homenagem desse género feita até hoje neste meio de comunicação. Tratou-se de um aniversário que fará história na Internet. Assinando uma mensagem celebrativa escrita por dois grandes jornalistas estende-se um grande Mar de abraços de parabéns onde participaram muitas centenas de amigos e admiradores (também lá estou, como é natural) em Portugal e no mundo inteiro e que continua a aumentar até ao próximo dia 30. Maria Augusta Silva e Pedro Foyos, os dois jornalistas que construíram esta ideia original naquele que pode ser considerado um dos sites de maior interesse no panorama nacional, pelos conteúdos de natureza literária, científica e intelectual que nele estão patentes decidiram – e muito bem – que esta sua brilhante homenagem constituísse uma surpresa, que só fosse conhecida pelo homenageado a partir das 09:00 desse dia. Como facilmente se compreende, eu não poderia colocar-me na singeleza da minha intervenção em paralelo com a importância do que se passava no “Casal das Letras” para cujo link chamamos a vossa atenção.</div>
<br />
É também a segunda vez que neste meu espaço Amor pelos Livros, insiro uma excepção de um texto meu que não se refere a um livro. Mas engana-se quem assim pensar. O Professor Fernando Catarino, com quem convivi na Faculdade de Ciências e no seu Jardim Botânico de que foi director, daí nascendo uma grande amizade com a qual tive a honra de por ele ser presenteado e que até hoje se mantêm, é ele próprio um verdadeiro livro. Tal como aconteceu a muitos dos seus alunos, eu, que o não fui porque o meu curso tinha sido escolhido erradamente como mais tarde viria a verificar, aprendi conhecimentos de um volume tal que nunca encontraria ao ler vários compêndios de Botânica e mesmo de outras áreas. Seriam necessárias muitos milhares de páginas para descrever tudo o que me transmitiu. E ainda tenho esperança de que um destes dias alguém se disponha a reunir em livro os muitos milhares de textos que publicou, as muitas conferências que fez, as muitas intervenções em colóquios e acontecimentos relacionados naturalmente com a Biologia Vegetal, mas não só.<br />
<br />
Já seria mais difícil transcrever todos os ensinamentos que nos transmitia durante os passeios com os seus alunos ou admiradores à Serra da Arrábida, percorrendo aqueles lugares ainda virgens da intervenção humana. E se recordarmos uma das suas frases emblemáticas afirmando que “A coisa que eu tenho mais interessante, como pessoa, é, desde que me lembro, ter sido marcado por uma enorme curiosidade pelo saber, um enorme gozo em perceber as coisas” teremos de admitir que tudo isso ele conseguiu transmitir-nos. À medida que ia sendo satisfeita a sua curiosidade pelo saber e que ia avançando no “perceber das coisas”, tudo isso nos transmitiu e em muitos certamente fez nascer o mesmo desejo de conhecer mais e mais. Pessoalmente, muito do que eu sei, se é que sei alguma coisa, a ele lhe devo. Um passeio na Arrábida ou em outro Parque Natural, uma simples paragem para observar uns estranhos vestígios deixados num muro do Palácio de Sintra por um certo grupo de líquenes, foram para mim um manancial de conhecimentos que a ele lhe devo. Também lhe devo as palavras elogiosas com que me presenteou no Prólogo do meu livro A Nave Maravilhosa, que até hoje considero o livro da minha Vida, publicado pelo Circulo de Leitores tendo igualmente feito a apresentação dessa mesma obra na ocasião do seu lançamento. Com uma energia sem limites e o encanto das suas palavras esclarecedoras, continua ainda hoje a partilhar os seus conhecimentos em muitos encontros regulares organizados por núcleos de pessoas interessadas em aprender e conhecer os incontáveis segredos desta Natureza onde estamos inseridos e que alguns, como ele, sempre lutaram por conservar.<br />
<br />
Parabéns Querido Amigo e obrigado Querido Professor Fernando Catarino por tudo o que nos ensinou e soube partilhar connosco.<br />
<br />
Para conhecer a grande homenagem que foi feita no dia 9, como dissémos pelo “<em><a href="http://www.casaldasletras.com/bloco_desenvolvimento.html" target="_blank">Casal das Letras</a></em>”, carregue neste linkGil Montalvernehttp://www.blogger.com/profile/11515263589775605962noreply@blogger.com