Não se pretende fazer aqui crítica literária. Sou um cidadão do mundo que sente amor natural pelos livros. Na minha casa as paredes estão cobertas pelos livros. E falo com eles ou melhor eles falam comigo como se fossemos grandes amigos. Revelam-me os seus segredos e os conhecimentos dos seus autores ou contam-me histórias onde se inscrevem valores humanitários universais.

São ensaios, romances, contos e narrativas, peças de teatro, clássicos e modernos, mas também sobre o ambiente ou tecnologias úteis no nosso dia-a-dia. São obras que fazem parte da minha paixão pelos livros e que humildemente indicamos como sinal e guia para quem deseje conhecer conteúdos que julgamos dignos e fiáveis.

E porque desejo transmitir uma análise que embora pessoal seja minimamente correcta nem sempre consigo manter a actualidade que seria normal se a falta de tempo por abraçar outras actividades não o impedisse. Mas aqui estarei sempre que possa.

Gil Montalverne

NINGUÉM ME TIRA OS MEUS FILHOS
Editorial Presença
A HEROÍNA DO DESERTO
ASA Editores
Donya Al-Nahi

Uma explicação indispensável, segundo julgamos, sobre estes dois livros e porque aparecem em conjunto. Donya Al-Nahi, a autora, escreveu a mesma história, interessante e actual, com dois relatos (mais simplesmente duas versões literárias) diferentes. Porquê? Não o conseguimos saber junto dos editores portugueses que se limitaram a comprar legalmente os direitos a dois editores ingleses que os publicaram em 2003 e 2005. Donya é uma inglesa convertida ao islamismo que dedicou uma parte da sua vida a resgatar os filhos de outras mulheres, casadas com muçulmanos, às quais os maridos tinham raptado os filhos, levando-os para o oriente, após o que vem ela própria a ser a vítima, iniciando uma corajosa aventura, para reaver os seus dois filhos raptados pelo marido, de nacionalidade iraquiana. Cerca de uma dezena de histórias para contar e a dela própria, sofrendo os perigos do deserto e até a prisão para que Ninguém tivesse o direito de separar uma criança da mãe. Histórias actuais de um problema que tem originado fortes debates sobre as relações do mundo ocidental com o islamismo, estes dois livros merecem ser lidos. Melhor dizendo, um destes livros que aqui se encontram juntos mas que são como dissemos baseados na mesma história, com variantes do número de capítulos e modo de a expor. Aos leitores, a escolha do primeiro publicada em 2008 pela Editorial Presença ou do segundo mais recentemente, pela Asa Editores, em Agosto de 2009.

Para ler excertos destas duas obras clique aqui