Não se pretende fazer aqui crítica literária. Sou um cidadão do mundo que sente amor natural pelos livros. Na minha casa as paredes estão cobertas pelos livros. E falo com eles ou melhor eles falam comigo como se fossemos grandes amigos. Revelam-me os seus segredos e os conhecimentos dos seus autores ou contam-me histórias onde se inscrevem valores humanitários universais.

São ensaios, romances, contos e narrativas, peças de teatro, clássicos e modernos, mas também sobre o ambiente ou tecnologias úteis no nosso dia-a-dia. São obras que fazem parte da minha paixão pelos livros e que humildemente indicamos como sinal e guia para quem deseje conhecer conteúdos que julgamos dignos e fiáveis.

E porque desejo transmitir uma análise que embora pessoal seja minimamente correcta nem sempre consigo manter a actualidade que seria normal se a falta de tempo por abraçar outras actividades não o impedisse. Mas aqui estarei sempre que possa.

Gil Montalverne


Diga Adeus aos Mitos
Dr. AAron Carrol / Dra.Rachel Vreeman
Ed. Guerra e Paz

De um modo geral quase podemos afirmar que a maior parte das pessoas sabe o que é um mito. E quando a pergunta lhes é feita responderá de imediato que se trata de algo que não é verdade. O problema mais importante é quando não se sabe distinguir o mito da realidade. E ao longo de toda a história do homem na terra ele sempre necessitou de acreditar nos seus mitos. Sempre teve necessidade de acreditar em qualquer coisa para viver mais feliz, para esconder os seus medos, para justificar fenómenos que não compreendia. E assim mesmo antes de ser conhecida a escrita, nasciam relatos simbólicos, passados oralmente, de geração em geração, narrando e explicando determinados factos ou fenómenos. Não é necessário lembrar a mitologia grega ou romana, para só citar duas delas, onde se encontram bem definidos os deuses e deusas nos quais o povo acreditava. E não queremos entrar mais profundamente neste tema para não concluir como desse modo nasceram todas as religiões antigas e actuais. Digamos portanto que, embora, quase sem excepção, tenham dado origem a guerras e carnificinas e mesmo actualmente nos radicalismos que subsistem tal continue a verificar-se não é desses mitos que os autores deste livro resolveram falar. Como médicos e professores na Faculdade de Medicina da Universidade de Indiana, eles dedicaram as suas investigações a um outro tipo de mitos que têm a ver com o nosso corpo e com a nossa saúde. Quase todas as pessoas ouvem ou pensam diariamente em coisas sobre o nosso corpo e a nossa saúde que não são verdade. A maior parte delas não foram sequer testadas ou foram cientificamente comprovadas falsas. E no entanto continuamos a vê-las nas revistas ou na televisão e ouvi-las até em reuniões de amigos. Mascar pastilha elástica ajuda a lavar os dentes ou os “andarilhos” ajudam os bebés a andar mais cedo são apenas dois dos mais de 80 mitos que este livro vos convida a esclarecer. E a sua utilidade é de facto enorme. Os mitos apresentados estão na sua grande parte comprovados pela ciência. E mesmo alguns cuja positividade possa não estar plenamente esclarecida e reconhecendo que nem sempre é possível provar uma negação de que algo possa não vir a acontecer, tal não quer dizer que se deva esperar que aconteça. Apesar de, como médicos que são (e sabemos como isso é comum acontecer), nem sempre o que eles dizem é a verdade absoluta, quando existem provas irrefutáveis estarão sempre do lado da ciência. Muitos destes mitos aqui apresentados foram anteriormente publicados no British Medical Journal em 2007 provocando as reacções mais contraditórias. Mas, como sabemos, existirá sempre alguém que não suporta a queda de um mito. É difícil, claro, destruir algo que foi contado e ouvido durante centenas, senão mesmo milhares de anos. Os dois autores têm a noção de que é vulgar hoje em dia existir muita gente que considera que nem sempre os médicos possuem a solução exacta para resolver determinados problemas. Mas o certo é que eles baseiam as suas respostas a esses casos na sua aprendizagem e nos seus conhecimentos para melhor os poderem resolver. E com base em tais deduções estarão com toda a certeza muito perto da verdade. Pelo menos melhor do que aqueles que o não são. Os leitores devem estar preparados para aceitar os factos relatados que foram cientificamente comprovados. E se num caso ou noutro tal não acontecer, ficamos a saber que, pelo menos, nada há de concreto sobre a matéria. E tal como dizíamos atrás, sempre que não seja possível ter provas de que determinado facto possa não vir a acontecer não significa que ele aconteça. Num tempo em que se tem um enorme acesso a muita informação médica não é lógico que nos deixemos influenciar por crenças que dizem respeito à nossa saúde e bem-estar. Devemos portanto pôr fim aos mitos e neste livro estão alguns bem presentes ainda no nosso dia-a-dia.

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