Não se pretende fazer aqui crítica literária. Sou um cidadão do mundo que sente amor natural pelos livros. Na minha casa as paredes estão cobertas pelos livros. E falo com eles ou melhor eles falam comigo como se fossemos grandes amigos. Revelam-me os seus segredos e os conhecimentos dos seus autores ou contam-me histórias onde se inscrevem valores humanitários universais.

São ensaios, romances, contos e narrativas, peças de teatro, clássicos e modernos, mas também sobre o ambiente ou tecnologias úteis no nosso dia-a-dia. São obras que fazem parte da minha paixão pelos livros e que humildemente indicamos como sinal e guia para quem deseje conhecer conteúdos que julgamos dignos e fiáveis.

E porque desejo transmitir uma análise que embora pessoal seja minimamente correcta nem sempre consigo manter a actualidade que seria normal se a falta de tempo por abraçar outras actividades não o impedisse. Mas aqui estarei sempre que possa.

Gil Montalverne


O PRAZER DA DESCOBERTA
Richard Feynman
Gradiva
Nunca escondi a minha grande admiração por Richard Feynman. Creio que possuo todos os seus livros, quase todos editados pela Gradiva na Ciência Aberta. O Prémio Nobel da Física em 1965, o homem que numa corrida contra o tempo, juntamente com outros cientistas, nos iria dar a bomba atómica antes dos Alemães a conseguirem (do mal o menos, direi eu) é um cientista e escritor multifacetado. Quando lemos as suas obras, aprendemos aquilo que outros não conseguiram explicar-nos, recordamos conceitos esquecidos, projectamo-nos para o futuro, rimo-nos até (Está a brincar, Sr. Feynman). Mas uma das suas obras mais recentes explica-nos muito mais o que ele é ou foi, porque conseguiu saber tanto ou apenas chegar à conclusão de que ainda lhe falta muito para o saber e de como explicar tudo isto, toda esta fome de ir mais além na conquista do conhecimento. E ao descrever-nos como é possível sentir “O Prazer da Descoberta” Feynman revela-se mãos uma vez o conversador admirável que sempre foi e até gostava de ser. O livro reunindo textos de algumas das suas conferências, explica-nos como é a ciência por dentro, como nascem as ideias e como é difícil esse parto e não deixa de abordar o problema da ciência e da religião, sempre tão angustiante para crentes e ateus. Aplausos para Feynman que não gostava deles, na sua simplicidade que é e será sempre a característica dos homens verdadeiramente homens.

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